Conheço o senhor Jésus Sêda desde que tenho, sei lá, uns 5 anos de idade. Como ele tem lá seus 50, devo esclerecer que primeiro ele foi amigo da minha tia Rutinha (fazia parte daquele pessoal do qual falei neste post), e só depois, depois de muito tempo, é que veio a se tornar parceiro meu.
O maior porre da minha vida, aquele no qual eu achei que iria realmente pra cucuia, foi tomado ao lado desta figura pra lá de doce. Show d'Os Nômades, banda legal sob o comando do Jorge Fantini (Sia Santa), e Fabiano se emociona pelo fato de o Cidade e Lírios (bar falecido aqui de Campinas) vender capeta, drink tão apreciado há cerca de 13 anos (estávamos em 2006, acho eu) quando este escriba foi comemorar a sua formatura de ensino médio no tão aclamado Porto Seguro.
Ok, ok. Uma cachaça pra começar o papo, e filosofia pra cá, e teatro pra lá, umas cervejas e oito, oito capetas. Fiquei mal galera, mas fiquei tão mal. Quando acordei, depois de ter certeza de que iria morrer - e desta certeza ter se emendado num bom sono - havia capeta até no teto. É a só a culpa que permite com que limpemos tudo depois, sem nojinho, e sem chiar.
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Pois então: fui hoje, no começo da tarde, ao colégio onde leciono e o Jésus estava lá, no comando de uma peça infantil.
Bem: agora vamos parar tudo para algumas explicações - fazer um tour de force para tentar deixar claro o que acontece em minha caixa de comando.
Eu estou mal, bem mal. Naquelas fases de pesar tudo e tentar entender onde foi que eu errei. De saber porque é eu tenho 33 anos e não tenho uma casa, estou sem carro, e não ganho um salário minimamente decente. Porque é que eu terminei o ano ganhando 1/5 do que eu ganhava no começo. Porque é que eu não consigo estar acessível às pessoas. Porque é que me tornei um enorme calo gigante. Porque é que eu quero bater em todo mas não consigo soltar sequer um tapinha, sendo que o espancamento de uns três me deixaria mais calmo. Porque é que eu ainda acho que gasto menos energia contemporizando do que chutando traseiros, já que é óbvio que isto é mentira. Porque é que eu ainda acho que as pessoas devam acreditar que eu tenho algum valor se, no fundo no fundo, filosofia não serve lá mesmo pra muito coisa. Porque é que eu não me vendo ideologicamente e ao menos arrumo uns trabalhos legais. Porque é que eu não me torno prático para o lado prático da vida e volto a me tornar sensível para o lado sensível da vida (em termos perceptivos em geral, acho que ainda vou bem).
Voltemos agora à história.
Eu estava mal, muito mal (estava não, estou) e, de repente, quando entrei na quadra da escola - onde seria a coisa - o Jésus estava lá, como eu já havia dito logo acima. E eu fui até ele. E ele me deu um abraço tão bom, mas tão bom, de minutos tão certos, de pressão tão certa, de carinho tão certo que numa linguagem, digamos assim, bíblica, regozijei. E fiquei bem feliz por um bom tempo. Umas horas acho eu, até voltar à lama na qual chafurdo neste exato momento.
Não sei o que fazer, sinceramente. Não, sei sim: o negócio é esperar, conheço bem. Mas há coisas que poderiam ajudar. Deveria aceitar algumas, mas meu estado super-gêmeos forma de tatu-bola chato e irritante me impede disto.
Então, para tentar me alegrar, tentar me fazer entender as coisas por vias que eu não entendo e não aceito, e para alegrar e agradecer ao Jésus (isto é algo que ele ama), vou apelar para uma musiquinha: uma musiquinha de um musical bem bom.
Inté...
Um comentário:
indeed my friend, it is all for the best, lol!
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