28.7.07

Madrugada-manhã de quinta, 26/07/07

E vamos a mais um dos sonhos dantescos que infalivelmente me assolam. Apesar de ter acordado tenso e cansado, poucos minutos se seguiram da lembrança do chamado conteúdo manisfesto do sonho ao entedimento de seu contéudo latente. Na verdade o processo para o reconhecimento das significações se pareceu mais com uma redução fenomenológica do que com uma análise propriamente dita. O resultado me deixou chocado pela explicitude do tema e de seus adendos. Vamos à peça:

Acordo pela manhã com um barulho ensurdecedor. Olho pela janela de um prédio que está na Av. Orosimbo Maia: um F-16 cruza o céu. Fico maravilhado com a cena, até que ele despeja bombas sobre algum lugar perto da rodoviária. Aqui acontece o primeiro corte.

Estou já na rua onde pessoas correm pra lá e pra cá. Sei que o João está em um lugar seguro. Quando consigo avistar toda a Glicério, há um Harrier metralhando um prédio, andar por andar. Pergunto a alguém que corre sobre o que está acontecendo e ela me informa da guerra. Contra quem? O Peru. Os aviões brasileiros ainda estão em Aparecida. Fico puto e me pergunto: mas como os aviões peruanos chegaram antes que os brasileiros? Desde quando Peru tem dinheiro pra comprar F-16 e Harrier? Segundo corte.

A situação é deseperadora. Bombardeiros e caças não param de cruzar o espaço. Alguém surge com armas para uma tentativa de abate pelo chão. Pequenas bombas começam a cair presas a pára-quedas amarelos. Corte três.

Estou ao lado de uma enorme catedral gótica e prestes a entrar em um túnel. Parte da lateral da catedral desaba quase sobre mim (ela parece ser feita de areia). Faço parte de um grupo agora. As bombas em pára-quedas conseguem entrar no túnel. Todos nós corremos. Corte quatro.

Entre nós há três peruanos disfarçados que em dado momento tentam nos matar. Não conseguem. Dominamos os rapazes, deixando-os presos em algum lugar. A situação melhora. Aviões brasileiros começam a chegar. Subo em um carro de som e saio andando pelo centro que não é mais o centro de Campinas: Rio ou Salvador. Pessoas mortas pelo chão, igrejas destruídas até a volta à Orosimbo Maia. Corte cinco.

Como é que tudo isso será recuperado? E os infiltrados? E os mortos? Os aviões lançam bombas que logo se transformam em minúsculos raios. Primeiramente negros, organizados, logicamente dispostos. Em um segundo momento se transformam em algo amarelado e começam a trazer vida a tudo e a todos, apagando a destruição e os destruidores. Minha mente é rapidamente invadida por "... sic itur ad astra". Alguma coisa a mais acontece, mas não me recordo. Fim do sonho.


Na minha descontrução algumas coisas ficaram muito óbvias. Por que a guerra começou na Orosimbo Maia? Por que F-16 e Harrier? Por que o Peru? Por que Aparecida? Quem eram os três rapazes? Igrejas destruídas? Rio ou Salvador? Fim da guerra pelo restabelecimento completo do anterior? Ad astra. Todas estas questões têm respostas.

Algumas ficaram em aberto, claro. Mas o essencial está aí, esclarecido.

Os acontecimentos dos últimos dois dias (quarta e quinta) me troxeram este sonho ao me colocarem em outro, provavelmente de curta duração, mas sonho.

27.7.07

Olha o homem aí gente!!!

Às 20h30 de 17 de julho de 1996, um Jumbo da TWA explodiu sobre o Atlântico minutos depois de levantar vôo de Nova York. Todos os 212 passageiros e 18 tripulantes morreram. Nas caóticas horas que se seguiram, as famílias das vítimas que convergiram para o Aeroporto Kennedy reagiam com ira e desespero à falta de notícias sobre a tragédia. Levadas para um salão, viram a porta abrir-se para o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. O que se passou em seguida foi um dos momentos mais fortes dos seus oito anos na Casa Branca. Desacompanhado, ele foi de grupo em grupo, abraçando e confortando as pessoas em voz baixa. Ouviu protestos, cobranças, desabafos. Quando enfim se retirou, o ambiente era apenas de quieta resignação.

Não se pode exigir de chefes de governo convencionais a naturalidade quase sobre-humana com que ele se entrosa com gente do povo, mesmo nos piores momentos, evocando o sentido original do termo grego simpatizar: sentir com. Nas situações de luto coletivo, esse talento dos chefes de governo para a comunhão produz um efeito terapêutico que não se limita aos atingidos mais de perto pelo acontecimento doloroso. Transmite, para toda a sociedade traumatizada, o sinal confortador de que o dirigente maior da nação, além de solidário no sofrimento, é alguém em cujos cuidados se pode confiar. Clinton é um caso à parte, mas agora mesmo outros governantes o imitaram - e não foi pela primeira vez.

Na manhã do último domingo, um ônibus que transportava 50 peregrinos poloneses ao santuário de Notre-Dame de la Salette, perto de Grenoble, a 700 quilômetros de Paris, mergulhou num rio, matando 26 deles. Duas horas depois, ali já se encontravam o primeiro-ministro François Fillon e outros membros do governo francês. Pouco mais tarde, quando chegou ao local, o presidente da Polônia Lech Kaczynski encontrou à sua espera o colega Nicolas Sarkozy. Depois de visitar os sobreviventes hospitalizados, ele anunciou que acompanhará pessoalmente o inquérito sobre o acidente.

Impossível não comparar tais condutas com o sumiço do presidente Lula depois da catástrofe de Congonhas em que morreram 199 pessoas.

Principalmente porque, transmitidas as condolências em rede nacional, após 72 horas de relutância, ele tornou a submergir. Passou o fim de semana trancado na residência oficial e só voltou à tona no programa de rádio das segundas-feiras Café com o Presidente, gravado no seu gabinete. Tornou a dizer, então, o óbvio ululante sobre a impropriedade de se fazer “julgamentos precipitados” sobre a explosão do Airbus da TAM. E, na contramão até do senso comum, considerou “quase irresponsável” que se debatam publicamente as causas da tragédia.

Hoje, o quase emudecido Lula volta à vida normal - à sua maneira, bem entendido. Viaja à noite para o Nordeste, seu reduto por excelência, para um giro por Aracaju, João Pessoa, Natal e Teresina. À época do escândalo do mensalão, o Nordeste era o pouso preferido do presidente. O pretexto, desta vez, é o lançamento de projetos do PAC, o que rende a discurseira para platéias prontas a aplaudir seja lá o que lhes diga o seu ídolo, embora, pelo retrospecto, isso não garanta futuras realizações práticas. O lançamento do PAC na Região Sul, com a presença de Lula nos três Estados da região, estava previsto para a semana passada. Compreensivelmente, foi adiado em razão do desastre da TAM - mas compreensivelmente apenas à luz do seu oportunismo - para depois de 10 de agosto, no regresso de uma viagem ao exterior.

O fato é que, desde a sexta-feira que precedeu a tragédia, quando foi vaiado no Maracanã, o chefe de governo que deixou correr à solta o apagão aéreo, fiel ao princípio de que “a gente faz quando pode, e se não pode deixa como está para ver como é que fica”, parece ter dividido os brasileiros em dois grupos.

De um lado, aqueles junto aos quais procura se reconfortar - certo de que lhe são gratos e não lhe negarão aplausos em quaisquer circunstâncias. De outro, aqueles que, não lhe devendo nada, o aplaudem quando julgam que merece aplausos, mas vaiam quando julgam que merece vaias, como aconteceu na abertura do Pan. Resta saber por quanto tempo Lula evitará as cidades que congregam as parcelas do povo mais críticas do seu desempenho.

24.7.07

fabianescas...

Começar a discutir o relacionamento com uma pessoa com a qual não se tem um relacionamento, criando assim uma tensão desnecessária e quase estragar (ou estragar) tudo.

Quem mais consegueria tal proeza?

23.7.07

Ainda sem tempo

Bem, como já deu pra perceber, ando sem tempo de escrever por aqui - e é por isso que vocês andam vendo filminhos demais.

Para tentar resolver esta história de uma forma mais apreciável, coloco no blog o curriculum do senhor top top, aquele que deixou o país perplexo na semana passada (o vídeo está no post abaixo).

A reportagem veio do Mídia Sem Máscara.

Marco Aurélio Garcia, conhecido como “MAG”, nos anos 60 e 70 do século passado foi uma liderança do trotskismo internacional. Nos anos de luta armada no Brasil viveu exilado na França e no Chile. Após a Anistia, voltou para o Brasil e foi um dos que colaboraram na fundação do Partido dos Trabalhadores e, em 1990, na condição de Secretário de Relações Internacionais do PT, um dos organizadores e fundadores do Foro de São Paulo, que não passa de uma nova Internacional para a América Latina. É professor licenciado do Departamento de História da Unicamp.

Em dezembro de 2002 – ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso -, por instância do presidente eleito e já na sua condição de futuro assessor internacional do governo Lula, coordenou o envio de uma carga de gasolina para normalizar o abastecimento do mercado interno na Venezuela, seriamente abalado por uma greve coordenada pelas oposições a Hugo Chávez.

Valendo-se de sua cobertura de assessor internacional do presidente Lula mantém conversações com os grupos armados e de oposição a vários governos da América Latina, o que, evidentemente, não poderia ser feito pelos diplomatas do Itamaraty. Esses contatos são feitos em nome do Foro de São Paulo.

Marco Aurélio Garcia agora é o coordenador da candidatura do presidente Lula, substituindo “o bando de aloprados” (frase utilizada por Lula em uma entrevista concedida dia 25 de setembro de 2006 a três rádios populares de São Paulo e do Rio de Janeiro) da sua equipe de coordenação de campanha pegos pela Polícia Federal quando tentavam adquirir, por cerca de 2 milhões de reais, um dossiê fabricado para prejudicar as candidaturas de José Serra e Geraldo Alckmin. Nessa entrevista, Lula, que mais uma vez não sabia de nada, não titubeou em jogar a culpa no presidente do PT, Ricardo Berzoini, que foi quem escolheu e coordenava a tal equipe.

Esta introdução objetivou publicar o artigo abaixo que foi escrito em Caracas por Johan Freitas e publicado originalmente no site do grupo MilitaresDemocraticos.com, da Venezuela.

Finalmente, recorde-se que todas as fontes citadas nas referências do artigo foram solenemente ignoradas pela imprensa nacional.

***

O brasileiro que ganha tempo para Chávez. Seus vínculos terroristas e com Saddam

Johan Freitas, Caracas

“Devemos dar a impressão de ser democratas”, disse Marco Aurélio Garcia, o marxista de linha dura atrás do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. E acrescenta: “...teremos que aceitar inicialmente algumas práticas. Porém, isso não é para sempre”.

Na semana passada Marco Aurélio Garcia esteve na Venezuela, oferecendo apoio a outro suposto democrata, Hugo Chávez. A greve geral na Venezuela secou os postos de gasolina e estrangulou os automobilistas. Os efeitos da greve ameaçam derrubar Chávez do poder. Porém agora, graças a Marco Aurélio Garcia, o navio “Explorer Amazon” dirige-se ao porto venezuelano carregado de 520.000 barris de gasolina sem chumbo da companhia petroleira brasileira Petrobras.

A que se devem sua presença e sua ajuda? Por que o Brasil intervém para desmontar uma greve de caráter eminentemente interno? Por que Lula deseja que Chávez se mantenha no poder? Podemos vislumbrar as chaves a estas perguntas observando detidamente Marco Aurélio Garcia, o homem por trás do plano.

“A democracia não é mais do que uma farsa para alcançar o poder”

Em uma entrevista ao tablóide francês “Le Monde”, o presidente eleito do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, repete as palavras aprendidas com Marco Aurélio Garcia quando descreve as eleições democráticas como uma farsa, que é simplesmente um passo necessário para alcançar o poder.

Para Marco Aurélio Garcia, estas palavras não são só uma teoria. Ele as viveu pessoalmente no período de 1969 a 1973, quando era um ativista político estrangeiro no Chile durante o regime de Salvador Allende. [3]. Allende foi eleito democraticamente porém, uma vez que alcançou o poder, usou o governo para fechar jornais e controlar com mão de ferro os partidos de oposição. Em um conhecido escândalo público, uma grande quantidade de armamento cubano foi encontrada em sua residência, enviados por Castro para armar as milícias civis, com o objetivo de “defender a Revolução Socialista no Chile”. As ações do brasileiro foram fundamentais para esta ação. Este foi o primeiro contato de Marco Aurélio Garcia com as operações cubanas no exterior.

Em 1980, Marco Aurélio Garcia fundou junto com Lula da Silva o “Partido dos Trabalhadores” (PT). Desde então, tem sido seu assessor para assuntos exteriores.

Voltemos a 1990. Enaltecido por Castro, que a estas alturas havia orquestrado incursões militares em mais de 30 países, Marco Aurélio Garcia convoca uma reunião de todos os grupos de esquerda da América Latina e do Caribe. Atendem ao chamado os representantes de 48 partidos comunistas e grupos terroristas. Esta reunião converte-se no “Foro de São Paulo”, com Marco Aurélio Garcia à sua cabeça – um título que ainda conserva no presente, doze anos mais tarde.

O Foro de São Paulo apóia o terrorismo

Atuando como o líder do Foro de São Paulo, Garcia controla e coordena as atividades subversivas e extremistas que se sucedem desde o Rio Grande até a Patagônia, Argentina. Vários dos membros do Foro de São Paulo são terroristas, alguns dos quais estão na lista dos mais procurados pelo FBI. Isto não é uma coincidência. O Foro de São Paulo, sob os auspícios de seu Secretário Executivo Marco Aurélio Garcia, estabeleceu como política o apoio a grupos terroristas. Considere esta entrevista tomada no X Congresso, levado a cabo em 7 de dezembro de 2001 em Havana, Cuba, na qual ele se refere aos grupos terroristas colombianos “Exército de Libertação Nacional” (ELN) e as “Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia” (FARC): “9. Ratificamos a legitimidade, justiça e necessidade da luta das organizações colombianas e nossa solidariedade com elas”.

O novo eixo do terrorismo inicia-se em Cuba, passando pela Colômbia, é financiado pelos milhares de milhões de dólares do petróleo venezuelano e finaliza na superpotência brasileira.

De acordo com as política ditadas por Havana, o líder do Foro de São Paulo, Marco Aurélio Gracia, expressou um especial interesse pelo terrorista Manuel Marulanda Vélez, codinome “Tirofijo”, o líder das FARC. A cada ano, desde 1990, Garcia se auto-impôs como uma prioridade realizar encontros pessoais com enviados das FARC. Estes encontros foram realizados não só em solo cubano – sempre com a presença de Fidel Castro – mas também no México, para onde Marco Aurélio Garcia viajou, a fim de reunir-se em 5 de dezembro de 2000 com Marco León Calara, membro das FARC. Os temas tratados nesses encontros mantêm-se sob um manto de sigilo. Entretanto, cada vez que se reunem, as FARC incrementam seus ataques com um altíssimo custo de vidas humanas.

A lista das FARC e do ELN

Chávez tem apoiado ativamente os membros das FARC e do ELN fornecendo cédulas de identidade falsas, armamento, munições e lugares seguros para a retirada das tropas em ordem. Também recebem apoio de Cuba, onde os líderes destes grupos terroristas descansam e as tropas são treinadas. Inúmeras denúncias muito bem documentadas do presidente e vice-presidente de CAVIM, de diretores da ONIDEX, de efetivos da DIM e da DISIP chegaram ao conheciento público nos meses passados e sustentam estas asseverações. Desta maneira, Chávez se assegura de contar com guerrilhas armadas que serão usadas para debilitar a democracia venezuelana e forçar seu regresso ao poder.

O que o futuro proporciona ao Brasil e à região

Sob Marco Aurélio Garcia, a política exterior do Brasil será manejada desde Havana. A diplomacia do Brasil a cargo de Garcia trabalhará ativamente contra as políticas que os Estados Unidos auspiciam na região, que se iniciarão com seu apoio a Fidel Castro: “cuidaremos de eliminar o bloqueio a Cuba”.

Marco Aurélio Garcia descreve seu partido político, o PT, como “radical, de esquerda, socialista”. Porém, Garcia é mais que um radical e mais de extrema esquerda que um socialista: é de fato um comunista de linha dura que quer reviver o comunismo no mundo. No artigo que escreveu sobre o “Manifesto Comunista”, de Karl Marx, ele conclui que “A agenda é clara. Se o horizonte que buscamos é o comunismo, é hora de reconstrui-lo”.

Marco Aurélio Garcia trabalha muito próximo com outros políticos de tendência marxista ao redor do mundo e aparece em antologias que são lidas como um “quem é quem” dos que apóiam o terrorismo internacional: de Cuba, Mário Machado e Marta Harnecker; da China, YunLin Nie, autor de “O Manifesto Comunista e o Socialismo com características chinesas”; Pham Nhu Cuong representa o Vietnã; e Mohamed Latifi é o contato iraniano. Também colaboram outros extremistas de países democráticos como Seppo Ruotsalainen da Finlândia (autor de “O Processo e o Manifesto Revolucionário”), Allan Woods da Inglaterra (“O Manifesto Comunista Hoje”) e Pierre Zarka da França (“O Manifesto do Partido Comunista”). Todos eles compartilham um profundo e intenso ódio contra os Estados Unidos e a sociedade ocidental.

20.7.07

Jornal da Globo - Reação de Marco Aurélio Garcia

Este é o tipo de gente com a qual lidamos. É a moral reinante e aprovada.

Eu me senti enojado. Alguém por aí também quer arrumar desculpas?

16.7.07

11.7.07

Nóis é nóis

Há algumas semanas, no meio de uma conversa via chat com uma professora de Geografia (se não me engano), fui dizer o óbvio sobre as greves e paralizações das universidades paulistas, ou seja: a) que a questão era puramente política e b) que os pobrezinhos eram massa de manobra dos partidos de esquerda (PT, PC do B, PSTU e adjacências).

A garota não concordava com minha colocação acreditando ser aquilo algo sem fundamento. Questionou-me sem dúvidas: onde você leu isso? Que tipo de coisas você lê? Resposta da questão 1: ora, todo mundo havia noticiado. Até o Correio Popular se atreveu a escrever cerca de 3 matérias sobre o assunto, indicando de quais partidos vinham as novas lideranças estudantis e o enfraquecimento da UNE, que segundo os revoltadinhos do Sucrilhos, tinha perdido a força de ação por estar mancomunada com o governo Lula.

É claro que eu poderia ter dito que conhecia muito bem a coisa porque havia estudado no antro dos cabelos rebeldes. Que sabia muito bem como tudo se configurava dentro dos Centros Acadêmicos, com seus estudantes-políticos profissionais que foram meus veteranos (não de curso, mas de Instituto) e ainda estão lá, de boina e camiseta vermelha, querendo fazer a revolução.

A resposta à questão 2 pode ser dada de duas maneiras: a) quais autores leio ou quais jornais ou revistas leio. Bem, sobre os autores, quem me conhece sabe: leio essencialmente Hobbes, Nietzsche e Freud. Isto tem um motivo sim, e que J.S Mill resumiu assim em seu Sistema de Lógica: "Os seres humanos na sociedade não têm propriedades senão as derivadas das leis da natureza do homem individual, e que se podem realizar em termos destas". Isto quer dizer que para falar sobre política e sociedade é necessário antes dizer sobre qual é o homem que compõe estas instituições. O que vem fora disso não me interessa. É claro que leio e li dezenas de autores. Que leio quase tudo que cai em minhas mãos. E adiantando as coisas, fiz duas matérias sobre Marx na faculdade: 8 e 10. Média 9. Aposto com quem quizer que 99% da galera vermelha não chega aos 5.

Passemos agora para segunda possibilidade de resposta: leio de tudo - jornal de bairro, encarte de geladeira, bula de remédio. Mas pensando melhor na questão da garota lembrei-me de uma comunidade do Orkut onde se vê: Leu na Veja, azar o seu. A imagem que acompanha o texto é a de um burro lendo Veja. E aí eu me pergunto: por que tanto ódio?

Alguém aí sabe me dizer qual foi a revista que publicou a reportagem na qual o irmão Pedro denunciava Collor? Ah, a Veja. E aí a Veja era de esquerda ou de direita? Hein? Outra pergunta: qual foi a revista que melhor cobriu os casos absurdos do mensalão e trouxe à tona os desmandos de Palloci, de Dirceu, de Gushiken? Hein? Algum dos descortinados amigos do presidente conseguiu se defender? Aqui a Veja era de direita ou esquerda? A melhor resposta para a pergunta: nem um nem outro, ora. A questão é que os "nossos" ladrões são boas pessoas e não se pode falar mal deles.

Quero deixar bem claro que não defendo Veja aqui. Que interesse teria? Não sou dono, não sou funcionário. Mas é necessário um pouco de perspectiva histórica e lógica, coisa na qual somos péssimos. Querem ver? Olha só a Caros Amigos:

Agora, que estamos sendo demitidos em massa, o que acontecerá com esses alunos? O Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley já chegou e não foi necessário o uso da genética. Bastaram algumas gestões do PSDB para que uma geração inteira de jovens se transforme em profissionais-gama com diplomas de terceira categoria. Assim, os ricos continuarão cada vez mais ricos e os pobres agora têm sua ignorância reconhecida e sustentada por diplomas universitários assinados e reconhecidos pelo MEC.

Este texto diz respeito à dispensa por conta das faculdades particulares de mestres e doutores. Do ensino de baixa qualidade que elas oferecem. Do futuro dos alunos que estudam nestes lugares. Vamos analisar o texto: bastaram algumas gestões do PSDB para que uma geração inteira de jovens... com diploma de terceira categoria.

Agora vamos colocar os olhos para fora e pensar: foi mesmo o PSDB que fez isso? O verdadeiro culpado? O PT governa há quase dois mandatos e o que foi feito? Nada? Claro que não: foi criado o PROUNI. E o que faz o PROUNI? Financia estas faculdades, paga-lhes prestações para que o ensino criticado (com razão) se mantenha e venha a florescer ainda mais. E então cara pálida?

Na mesma edição Ricardo Antunes diz que a Venezuela é a maior democracia da América Latina, e há ainda uma entrevista imperdível com o neto do Trótski. Preciso comentar? Ah, e sabem quem escreve o último artigo da revista: Emir Sader. (por favor, sem risos)

Mas eu leio assim mesmo: leio Caros Amigos, Carta Capital, Veja, Caras, Super-Interessante, Folha, Estadão, Correio, frasco de desodorante, pote de margarina, embalagem de bolacha...

P.S - A melhor revista brasileira sobre as questões políticas e sociais foi a Primeira Leitura, que fechou por falta de patrocínio.

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Somos pouco lógicos e não queremos saber de história, mas somos tão criativos que inventamos o cheque pré-datado, uma UNE que não é presidida por um estudante e as ONGG´s, Organizações Não-Governamentais Governamentais.

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Estava me lembrando do caso Collor e das questões que permearam o afastamento: quem pagou a reforma na casa da Dinda? Quem comprou o FIAT Elba?

Mal sabíamos o que viria. E olha que engraçado: o Collor foi afastado e o Lula não.

Isto gera uma enquete:

Quando fomos mais jecas?

( ) Naquela época?
( ) Agora?

Dê sua opinião.

4.7.07

Então, né...

A gente fala, fala, e depois é chamado de chato, de reacionário, de direita conservadora e coisa e tal. Podem me chamar do que quiserem, menos de anti-ético ou burro. Isso aí embaixo é só a pontinha do iceberg da galera ixperta salvadora de vidas. Eles sempre me comoveram tanto...

Curso fantasma desvia verba do MEC em São Paulo

São Paulo - Parte dos milhões de reais destinados ao programa de alfabetização de jovens e adultos mantido pelo Ministério de Educação tem ido pelo ralo. Apenas no primeiro semestre deste ano, o ministério liberou cerca de R$ 20 milhões para entidades que têm sede na capital paulista e são responsáveis por executar o Programa Brasil Alfabetizado, mas admite que não sabe o que é feito do dinheiro.


A proposta de erradicar o analfabetismo esbarra em um esquema de desvio de verba que envolve organizações não-governamentais credenciadas pelo MEC. Durante mais de um mês, o Jornal da Tarde analisou as contas do ministério e procurou 130 das 241 turmas montadas pelo Centro de Educação, Cultura e Integração Social de São Paulo - uma dessas ONGs, com sede em Guaianases, zona leste de São Paulo. Pelo menos 65 delas são fantasmas. Há, ainda, professores que não receberam salários, educadores contratados para alfabetizar em três lugares ao mesmo tempo e duplicidade de turmas.


As ONGs são pagas para alfabetizar pessoas de 15 anos em diante. Na capital paulista, 12 entidades foram cadastradas - 11 já receberam verbas para cumprir aquela que seria uma das mais importantes metas do ministério: acabar com o analfabetismo. Em São Paulo, parte dos 68 mil alfabetizadores cadastrados atua desde o início do ano. Mas, terminado o primeiro semestre, centenas deles não viram um centavo da verba liberada.


Para ser cadastrada, a ONG precisa ter o seu projeto aprovado pelo MEC. O Centro de Educação, Cultura e Integração Social de São Paulo recebeu sinal verde em 2006.


A ONG paulista ganhou R$ 632.887,20 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para alfabetizar 5.709 pessoas, com 146 alfabetizadores. A verba foi depositada em 3 de abril. Só pelo grupo de 65 turmas fantasmas, a entidade recebeu pelo menos R$ 98.800,00 e deixou de alfabetizar um mínimo de 650 alunos. Até sexta-feira, grande parte dos educadores não tinha recebido salário.