3.4.06

Desenho ao lado: olho doido. Pegou no ar...




Vamos às últimas notícias pessoais, que afinal explicam o meu desaparecimento do mundo:
1 de março - Fabiano passa o dia com muita dor de cabeça, o mundo rodando, dificuldade em ver as coisas, muito muito muito sono, impossibilidade de trabalhar.
Na cabeça de Fabiano - Ah, é stress, isto passa, tirarei o dia para fazer nada...
No dia seguinte, Fabiano passa o dia com muita dor de cabeça, o mundo girando, sem ver as coisas direito, muito muito muito muito sono, sem qualquer chance de trabalhar.
Fabiano pensa - Ah, acho que preciso de mais um dia... isto passa...
Nas duas semanas seguintes Fabiano passa os dias com muita dor de cabeça, o mundo pra lá e pra cá...
Domingo, 12 de março - Fabiano acorda com o que o psiquiatra chamou de crise dissociativa. Confusão, confusão, confusão... eu desaparecendo, me esvaindo em meio aos pensamentos mais estranhos, uma música que não parava de tocar, uma rave no meu cérebro, muita angústia. Fabiano atormentado passa mal, vomita, vai para o hospital. Explica a mesma coisa para quatro médicos - dois clínicos e dois neurologistas - exames, exames, exames: muita martelada nos joelhos, cotovelos e afins. Volte amanhã porque é bom que faça uma tomografia. Fabiano volta no dia seguinte, faz a tomografia e... nada. Então você deve passar pelo psiquiatra. Psiquiatra, sem saber o que dizer: você está passando por uma crise depressiva atípica. Pondera, 20mg, toda manhã.
Fabiano continua passando mal. Dia 15, quarta: nova crise dissociativa. Desespero. Sinto-me péssimo na verdade. Náusea, tontura, cérebro ou desligado ou em curto. Hospital. Psiquiatra: além do Pondera, Frontal, 0,5 mg. Dias um pouco melhores: menos tontura, menos angústia, muito sono mas dormindo mal, cérebro longe de funcionar bem. Consulta do dia 27: aumentada a dose de Frontal: 1mg. Fabiano fica dopado a maior parte do dia. Fabiano em Um estranho no ninho. Sábado, 1 de abril: nova crise dissociativa, agora um pouco mais fraca. Saio andando por aí, sem rumo, angustiado, desesperado. Volto pra casa. 1mg de Frontal. Paulada na cabeça. Durmo o dia todo.
Desespero 2: tenho que entregar as coisas do trabalho até o dia 7. Não há possibilidade de fazer coisa que seja. Vamos ver no que vai dar...