29.11.07

pOEmS

Este vai para o Rodrigo que, apesar das milhas de distância, soube indicar o carregamento de rosquinhas Mabel (ainda que auxiliado por JodJahn).


Amalgama a filigrama pernoitada por
Pernasticidas devastadores de membros
E paridores de homenscotocos que aguardam
Onibugias repletos de nojentificantes buços
Indicadores não de efloração mas de privation of
Alimentação educación masturbazione e maisquemia.

Fagocitando estrelas em busca de luz
Help me if you can ou se fores de intenso brilho
De minha janela relógios luminosos tvs sirenes chuva bicicletas partos pássar
E tudo o mais para o qual devolvo minha resignada nostalgia pré-bregolacrimosa.

Mademoiselles valsetes satiescas sacaneando saberão já
De seus embriões ressecados ou precisarão de horóscopo
Para informá-las que dada a coisa umaduasquatrosetemil vezes
Não haverá superego que dê conta nem um só pau e o resto é passar
o Silvester Settant'anni und sola em companhia apenas de grandes
lábios mais esgarçados que Orelhas de velhinhas com brincões
(brinquedos per versos do tempo).

M o v i m e n t o l e n t o
Nota sustentada
Prestidigitador tristeúrgico do centro da cidade morre de fomeleve
febrosa Para que o poema voe de um lado ao outro da cabeça que o
Depositará nos Dedos que apertarão o gatilho e lhe darão
Um fim e farão o poeta famósseo.
E n fim.

Carlos Santana

Baila Maria Caracoles!!!

Uma delícia...

26.11.07

Pernilongos genocidas

A notícia da última semana foi:

Duas equipes independentes de cientistas deram um salto nas pesquisas com célula-tronco ao conseguirem fazer com que células humanas adultas da pele "voltassem no tempo" e passassem a agir como se fossem as versáteis células-tronco embrionárias, conseguindo posteriormente se diferenciar em outros tecidos do corpo. A técnica surge com a promessa de que talvez, no futuro, possa substituir o uso das polêmicas células-tronco embrionárias. As CTEs são hoje as queridinhas dos pesquisadores por conta de seu potencial terapêutico. Como elas têm a capacidade de se transformar em qualquer outro tecido do organismo, podem, em tese, ser usadas para o tratamento de doenças degenerativas, como diabetes e mal de Parkinson. O problema é que, para obtê-las, é necessário destruir embriões, fato que enfrenta a resistência de grupos religiosos. Com o novo trabalho, a Casa Branca parabenizou os cientistas por resolverem problemas médicos "sem comprometer os elevados objetivos da ciência e o sagrada da vida humana".

Cientistas do Japão e dos EUA pegaram células da pele humana (fibroblastos) e induziram nelas a tão desejada pluripotência (versatilidade) da CTEs. Após essa reprogramação, elas não só assumiram uma aparência de CTEs como também um funcionamento semelhante ao delas, chegando a se diferenciar em neurônios e células cardíacas. "Estamos agora em posição de gerar células-tronco específicas para pacientes e doenças sem usar embriões", declarou Shinya Yamanaka, autor de um dos estudos, em comunicado. "Com essas células, poderemos compreender mecanismos de doenças, procurar por drogas eficientes e seguras e tratar pacientes com terapia celular."

My mind

Ouvi muita gente dizer que aqui estaria a solução para a questão ética da utilização das células tronco embrionárias.

Pra mim, a considerar a argumentação e a postura católica para o problema, o que teremos aqui, usando uma lógica radical, é o seguinte: se você pode modificar as células para que elas exerçam qualquer função, qualquer papel celular, você tem potencialmente uma célula embrionária em cada célula humana.

Para a igreja católica a vida começa na concepção, ou seja, quando pela fecundação do óvulo pelo espermatozóide cria-se a primeira célula do que virá a ser um novo indivíduo. O argumento católico é então sustentado por uma espécie de potencialidade: a vida já está lá, potencialmente, e vai se realizar pelo cumprimento do sentido teleológico que está embutido na célula (sim, bastante aristotélico).

Se radicalizarmos a questão e jogarmos a potencialidade das células para aquelas que por modificação podem se tornar embrionárias, não teremos então mais o direito de dispensar célula que for. Qualquer célula será, seguindo seu curso - agora antinatural - uma vida.

E agora José?

Agora se a problemática for levada a sério você estará proibido de coçar as costas, podendo por ter cometido esta heresia ser enviado diretamente ao inferno. Quantas criancinhas estarão sendo mortas, desperdiçadas pelo seu ato inconseqüente!

A descoberta medicinal da humanidade não será mais o antibiótico, mas o repelente. Já vou tentando descolar uma grana alta fundando uma ONG para financiar a compra de Autan.

O Greenpeace que se vire com os mosquitos.

20.11.07

She lives in Paris

Estava passeando pelo portal Terra quando me surgiu a seguinte questão fundamental: quais as revistas que o Terra disponibiliza? Cliquei lá - Revistas - e o primeiro nome da lista é Caros Amigos, aquele folhetim de humor que comento pra dar risada de vez em quando.

Ler Caros Amigos é voltar no tempo. No tempo cronológico e no tempo da inteligência. Tem blogs de articulistas com a seguinte chamada: Enquanto houver um explorado e um oprimido não haverá paz. Se um aluno meu, do primeiro ano, me dissesse isso, eu ficaria constrangido, daria pra ele um ponto negativo e perguntaria de qual banca de camiseta na feira hippie ele havia tirado a bobagem.

Mas o bonito não pára por aí. Olhem o texto de uma moça fina, que mora em Paris, mas que já viveu em Roma, Miami, Los Angeles e Havana (nesta última como embaixatriz francesa em Cuba). Por que ela não vendeu tudo, deu o dinheiro pro partido castrista em foi morar em Cuba eu não sei, mas que é uma árdua defensora do regime, isto ela é.
Vamos a um trecho do bonitão:

Recebi com grande choque as falsas informações publicadas numa revista brasileira em matéria sobre Ernesto Guevara, El Che.

Claro, não é algo novo, mas é algo que me toca.
Estive em Havana durante últimos três meses, elaborando uma exaustiva investigação, compilando materiais e entrevistas para o especial Che - Combatente e Intelectual, publicado pela Caros Amigos. Estive com os que estiveram com o Che e que estão vivos, trabalhei junto aos historiadores e especialistas do Centro de Estudos Che Guevara de Havana, que conserva todas as cartas, diários, notas, documentos dele. Em nenhum momento minhas conversas, nem minhas entrevistas foram censuradas, ao contrário, sentiam-se felizes em poder compartir informação.

Pena que os jornalistas de tal revista não tiveram o tato de incluir em suas pesquisas os cubanos de Cuba, que são 11.400.000 de pessoas prontas para uma boa conversa, e se limitaram a entrevistar uns e outros da notória máfia anticastrista de Miami, muitos, entre os quais, membros de uma organização chamada Fundação Cubana Americana, que aplicou métodos terroristas contra Cuba, alimenta grande parte das virulentas campanhas anti-revolucionarias, e financia senadores norte-americanos para elaborar leis contra Cuba.


Essa moça aí, como diria meu amigo reacionário, só pode ser uma fanfarrona. Vai visitar uma ditadura que mata sujeitos que não se adequam ao discurso e vem dizer que a fala dos pobres pode ser considerada como fonte? Que a documentação existente naquele lugar, e disponobilizada ao público, deve ser tomada como fonte? Pesquisa extensa em três meses? Tá doidja, bichim? É ser feliz demais né?

E o restante então? Olhem a paranóia:
máfia anticastrista de Miami... membros de uma organização chamada Fundação Cubana Americana, que aplicou métodos terroristas contra Cuba.


Minha querida, não há necessidade de se aplicar métodos terroristas contra Cuba. Ela já faz isso em si e por si mesma. Até o Saramago, o sempre cego, desistiu de Fidel há poucos anos quando soube que três desertores haviam sido recém chacinados pelo regime. Quantos foram antes? Mil, dois mil, dez mil, vinte mil?

Provavelmente a moça não sabe disso porque os felizes cubanos com quem ela compartilha informações não lhes disseram. Felizes é ótimo. Deviam estar rindo da cara da pobre e ela nem percebeu. Normal pra quem é da esquerda, aquele povo que precisa de tecla SAP pra piada e ironia.

Cada um tem a sua Disney, mas nem todo mundo percebe (ou tem idade psíquica pra perceber) que seu respectivo Mickey é de mentira.

17.11.07

freudianas

Faz 13 horas que minha mãe foi viajar. Isto significa que nosso superego para questões domésticas se encontra nesse instante na capital do Paraná.

O cadeado da cozinha em cima da garrafa de café: o primeiro sintoma. Almoço atrasado, o segundo. Agora eu e meu irmão já combinamos que não vamos arrumar as camas - a mãe é quem liga pra isso.

Outras decisões já tomadas: só comeremos frituras, faremos xixi de porta aberta e brincaremos com os animais atrasando as suas refeições. A casa é, finalmente, dos bárbaros!

Até terça, quando Dona Lúcia voltar, serão instalados no quarto pôsteres de mulheres nuas misturados aos do Ayrton Senna, das Ferraris, dos filmes de terror e de propaganda de cerveja.

Latas de cerva com bitucas de cigarro também serão benvindas.

Tá tudo dominado!

16.11.07

Extra, Extra, Extra!!!

Notícias de Curitiba: o bebê já está virado, encaixado, e minha irmã tendo contrações.

Guilherme chegará antes do esperado. Minha mãe arrumou as malas e está seguindo pra ajudar no parto - isto graças à residência que ela fez em frente à TV assintindo a cerca de 248 partos no Discovery Home & Health. Não há manobra ou patologia que ela desconheça.

Boa sorte pra todos. Os meninos ficarão por aqui esperando ansiosamente notícias sobre o mais novo membro do clã.

O vento das batatas

Vocês já perceberam que os tubos de Pringles vêm com excesso de ar?

Basta você tirar aquela tampa plástica de cima e lá está, inflado, o último obstáculo entre você e as batatas.

Pois bem: então você pega na aba e puxa, e ao puxar aquele papel um ventinho escapa rapidamente. Eu adoro aquele ventinho, não me perguntem o motivo. Sempre que compro uma Pringles coloco a cara bem próxima ao tubo e abro: cabelos esvoaçantes, cara de satisfação, propaganda de xampu - xampu de batatas.

O ser humano se satisfaz com umas coisas muito esquisitas.

3.11.07

A política e as rosquinhas

Em meio a toda aquela confusão, dos bate-bocas e do dar-em-nada do mensalão, uma figura apareceu só pra passar vergonha: Sandro Mabel. Este figura só pedia a palavra pra levar belas lambadas depois. Quando a situação ficou muito ruim pro lado da peça, com acusações irrespondíveis, ele sumiu.

Problema: as rosquinhas Mabel despareceram junto. E eu, um viciado em rosquinhas Mabel, fiquei a vagar pelo mundo de uma maneira muito mais infeliz. Eu não sei se os supermercados não quiseram ligar um produto de suas pratelheiras com a desfaçatez de um bobalhão e preferiram vender só as rosquinhas Panco (que não chegam aos pés da Mabel), ou se o tal do Sandro resolveu se vingar do mundo causando tristeza e sintomas de abstinência. Só sei meus caros, só sei que nada sei, que não quero saber, que quero minhas rosquinhas de volta.

Bring back, bring back, bring back my Mabel to me, to me
Bring back, bring back my Mabel to me...

fabianescas

Chegar em casa, encontrar seu filho fazendo tricô e sua mãe no Google Earth, tentar achar aquilo tudo normal e ir direto pro banho sem dizer palavra que seja.

P.S - Pai, vamos jogar futebol?
Vamos João, vou pegar a bola.
Ah, espera só um pouquinho que antes eu quero terminar esta carreira (e acelera o embate entre as agulhas)...