Elton John - I Want Love
Uma das minhas canções preferidas. Um dos meus clipes preferidos.
31.1.07
Diário fisiológico
O que é estar bem de saúde? O que é saúde?
Pergunto isto porque sinto que me corpo é instável, minha cabeça me assusta, e os dois não andam lá muito que valseando.
Comecei o ano passado com crises psiquiátricas sérias. Em julho acharam uma massa em um lugar escondido que, como toda massa, podia ser aquilo, e terminei o ano com um sujeito achando, e fazendo com que eu achasse, que eu tinha aquilo em outro lugar.
Inicio o ano tirando o antidepressivo porque me dá muito sono e porque cheguei ao limite do tratamento, e aí passo a ter insônia e novas ameaças de crises dissociativas.
Não, eu não sou hipocondríaco, eu só quero saber como as coisas devem se dar realmente.
Estou escrevendo isto porque faz 20 dias que não durmo direito. Estou escrevendo isto porque hoje me deitei no sofá, apaguei por meia hora e comecei a ter um sonho transtornante, o segundo da semana. Um sonho em que eu escrevia um texto sem parar em que minhas mãos eram mais rápidas do que meu cérebro que então se angustiava ao limite pra seguir as mãos e o sonho começou a ganhar corpo e a crise começou a ganhar corpo e eu acordei temeroso e ensopado querendo uma saída pr´aquilo.
Será assim mesmo?
Pergunto isto porque sinto que me corpo é instável, minha cabeça me assusta, e os dois não andam lá muito que valseando.
Comecei o ano passado com crises psiquiátricas sérias. Em julho acharam uma massa em um lugar escondido que, como toda massa, podia ser aquilo, e terminei o ano com um sujeito achando, e fazendo com que eu achasse, que eu tinha aquilo em outro lugar.
Inicio o ano tirando o antidepressivo porque me dá muito sono e porque cheguei ao limite do tratamento, e aí passo a ter insônia e novas ameaças de crises dissociativas.
Não, eu não sou hipocondríaco, eu só quero saber como as coisas devem se dar realmente.
Estou escrevendo isto porque faz 20 dias que não durmo direito. Estou escrevendo isto porque hoje me deitei no sofá, apaguei por meia hora e comecei a ter um sonho transtornante, o segundo da semana. Um sonho em que eu escrevia um texto sem parar em que minhas mãos eram mais rápidas do que meu cérebro que então se angustiava ao limite pra seguir as mãos e o sonho começou a ganhar corpo e a crise começou a ganhar corpo e eu acordei temeroso e ensopado querendo uma saída pr´aquilo.
Será assim mesmo?
E então...
Bem, sobre as festas da semana passada...
Sexta, aniversário da D. Dolma. Evento grandioso, pessoas vestidas à caráter, incluindo a D. Dolma que estava um barato. Diversão grandiosa também. Pista grande, pista cheia, muita música boa, bons reencontros: família Baron, e Arthur Gustavo continua exatamente o mesmo; família Gratti, e a Rose continua exatamente a mesma; pessoas que eu não via há muito, cumprimentos afetuosos, alegria pairando - serena, serena. Problema resolvido com a Rosani. O povo do barulho de sempre e que ficou até depois a festa acabar. Sim, porque a festa acabou, mas nós ficamos lá. Ao final, todos muito, mas muito felizes mesmo, e quase duas Kombis cheias de fraldas descartáveis para o Lar dos Velhinhos. Cumprimentei a D. Dolma por tudo, pelas três coisas, com aquela lagriminha escondida, e fomos e eu meu fiel escudeiro Emílio pra casa.
Sábado, aniversário da Cacota. Meu tornozelo estragando cada vez mais porque de novo dançamos muito. I´m just a soul whose intentions are good, oh Lord, please don´t let me be misunderstood - You can dance, you can jive, having the time of your life
See that girl, watch that scene, dig in the dancing queen. Depois de algumas horas saímos, como eu disse à Carla, não à francesa, mas à mexicana. Como Emílio não tinha mais fígado, passou mal, e nos atropelamos da festa. Cacota, ano que vem, até o final...
Sexta, aniversário da D. Dolma. Evento grandioso, pessoas vestidas à caráter, incluindo a D. Dolma que estava um barato. Diversão grandiosa também. Pista grande, pista cheia, muita música boa, bons reencontros: família Baron, e Arthur Gustavo continua exatamente o mesmo; família Gratti, e a Rose continua exatamente a mesma; pessoas que eu não via há muito, cumprimentos afetuosos, alegria pairando - serena, serena. Problema resolvido com a Rosani. O povo do barulho de sempre e que ficou até depois a festa acabar. Sim, porque a festa acabou, mas nós ficamos lá. Ao final, todos muito, mas muito felizes mesmo, e quase duas Kombis cheias de fraldas descartáveis para o Lar dos Velhinhos. Cumprimentei a D. Dolma por tudo, pelas três coisas, com aquela lagriminha escondida, e fomos e eu meu fiel escudeiro Emílio pra casa.
Sábado, aniversário da Cacota. Meu tornozelo estragando cada vez mais porque de novo dançamos muito. I´m just a soul whose intentions are good, oh Lord, please don´t let me be misunderstood - You can dance, you can jive, having the time of your life
See that girl, watch that scene, dig in the dancing queen. Depois de algumas horas saímos, como eu disse à Carla, não à francesa, mas à mexicana. Como Emílio não tinha mais fígado, passou mal, e nos atropelamos da festa. Cacota, ano que vem, até o final...
29.1.07
Antes de ver o Piva no YouTube
Hoje acordei achando que iria morrer.
Engasgado, sem conseguir respirar direito, vomitando.
Claro que pensei que seria uma morte clássica causada pela mistura de álcool e ansiolíticos.
Não, não era. Era algo bem mais sem graça, era algo - como diria o meu amigo Ju - sem glamour.
Eu estava com uvulite. Inflamação da úvula. Inflamação que fez a minha úvula - sim, todos temos úvula, que não é uva nem vulva - quase encostar na entrada do meu estômago.
E eu, que nunca havia dado atenção devida à esta parte do meu corpo, fiquei olhando pra ela o dia todo, no espelho: aquela coisa esgarçada, caída, orelha de velha que usou a vida toda brincos pesados, pinto de velho. Assim estava a minha úvula.
Agora à noite ela melhorou: está mais íntegra, mais rígida, parecendo que foi botoxizada (e lá vem os neologismos!!!).
Pelo caminhar das coisas amanhã estará tudo bem, e só me restarão os antibióticos do tamanho de submarinos que terei que engolir até sexta.
Este foi meu domingo.
Agora fiquem com segunda parte da expiação.
P.S - I`ll try to make the sun shine on my way/ And paint the blues skies for today/ And we`ll be sitting on the grass/ Smelling happines
Engasgado, sem conseguir respirar direito, vomitando.
Claro que pensei que seria uma morte clássica causada pela mistura de álcool e ansiolíticos.
Não, não era. Era algo bem mais sem graça, era algo - como diria o meu amigo Ju - sem glamour.
Eu estava com uvulite. Inflamação da úvula. Inflamação que fez a minha úvula - sim, todos temos úvula, que não é uva nem vulva - quase encostar na entrada do meu estômago.
E eu, que nunca havia dado atenção devida à esta parte do meu corpo, fiquei olhando pra ela o dia todo, no espelho: aquela coisa esgarçada, caída, orelha de velha que usou a vida toda brincos pesados, pinto de velho. Assim estava a minha úvula.
Agora à noite ela melhorou: está mais íntegra, mais rígida, parecendo que foi botoxizada (e lá vem os neologismos!!!).
Pelo caminhar das coisas amanhã estará tudo bem, e só me restarão os antibióticos do tamanho de submarinos que terei que engolir até sexta.
Este foi meu domingo.
Agora fiquem com segunda parte da expiação.
P.S - I`ll try to make the sun shine on my way/ And paint the blues skies for today/ And we`ll be sitting on the grass/ Smelling happines
Depois que eu vi o Piva no YouTube
Maratonangustiamanhecedura,
ponteiros que me espetam e me aceleram,
gente passando para o trabalho
enquanto um cérebro bufa
como uma vaca
no corredor
pastoso.
Todo homem deve saber que alguns salvamentos são tiros nas mãos todo
homem deve saber que certos afogamentos são crianças brincando de
engolir águas e sêmem e que a semeadura se dará à postas de chumbo
na sua nuca e em cada vértebra calcanhar...
Há risos misturados a buxixos e baitolas e bumbos e bundas que ecoarão para sempre como unhas arrancadas há palhaços e prestidigitadores que retiram carnes e expõem nervos enquanto o sol brota.
Há quem ria deste novo homem-nervo que passa silente há quem gargalhe e sugue calcinações de córtex pelas narinas há quem sinta prazerosamente o gosto do próprio veneno no suor de quem lhe come.
ponteiros que me espetam e me aceleram,
gente passando para o trabalho
enquanto um cérebro bufa
como uma vaca
no corredor
pastoso.
Todo homem deve saber que alguns salvamentos são tiros nas mãos todo
homem deve saber que certos afogamentos são crianças brincando de
engolir águas e sêmem e que a semeadura se dará à postas de chumbo
na sua nuca e em cada vértebra calcanhar...
Há risos misturados a buxixos e baitolas e bumbos e bundas que ecoarão para sempre como unhas arrancadas há palhaços e prestidigitadores que retiram carnes e expõem nervos enquanto o sol brota.
Há quem ria deste novo homem-nervo que passa silente há quem gargalhe e sugue calcinações de córtex pelas narinas há quem sinta prazerosamente o gosto do próprio veneno no suor de quem lhe come.
27.1.07
Rapidinha
Estou orgulhoso de mim hoje.
Orgulhoso porque comprei um conjunto de três lapiseiras 0.5 Bic Sunnies, e também porque adquiri três canetas Bic: duas azuis e uma vermelha. Lembrei-me de que, ao menos na minha época, professores usavam canetas vermelhas.
Estou com ela na mão agora.
Brinquei com ela o dia todo.
Para um professor, brincar com a caneta vermelha é brincar com o poder.
______________________________________________________________________________
Pretendo começar aqui uma discussão sobre o público e o privado.
Isso virá amanhã, ou na segunda quem sabe.
Será uma discussão curta, só pra saber direito quais são as coisas que devem pertencer a um, quais as coisas que devem pertencer ao outro, e o que é um Blog em meio a isto tudo.
O motivo?
É porque, caros amigos, retirarei um texto deste aqui por conta de um pedido.
Retirarei a narrativa do meu esquartejamento em respeito a um apelo (ou seria por medo?).
Mas já adianto que me sinto em época de ditadura, onde o mal pode ser feito, as feridas podem ser criadas, mas ninguém pode ficar sabendo. O algozes, os amigos de lá, riram o quanto puderam de mim, falaram o que quiseram na minha cara, mas os "meus" amigos não podem ouvir os meus gritos de apelo, os meus gritos de alerta, como dizia o Gonzaguinha.
Sim: porque é de conhecimento comum que a palavra expia, liberta, e a um psiquismo em frangalhos só são possíveis quatro opções: duas pela via da palavra - libertar o afeto de sofrimento e ao mesmo tempo pedir socorro; uma pela via das substâncias - e o clonazepam tem trabalhado muito; e a última pelo seu auto-aniquilamento - seja na extinção do aparelho (isso mesmo, meter uma bala nele!), seja no refúgio psicótico.
Bem, mas conversaremos mais sobre isto, e sobre mim também.
Orgulhoso porque comprei um conjunto de três lapiseiras 0.5 Bic Sunnies, e também porque adquiri três canetas Bic: duas azuis e uma vermelha. Lembrei-me de que, ao menos na minha época, professores usavam canetas vermelhas.
Estou com ela na mão agora.
Brinquei com ela o dia todo.
Para um professor, brincar com a caneta vermelha é brincar com o poder.
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Pretendo começar aqui uma discussão sobre o público e o privado.
Isso virá amanhã, ou na segunda quem sabe.
Será uma discussão curta, só pra saber direito quais são as coisas que devem pertencer a um, quais as coisas que devem pertencer ao outro, e o que é um Blog em meio a isto tudo.
O motivo?
É porque, caros amigos, retirarei um texto deste aqui por conta de um pedido.
Retirarei a narrativa do meu esquartejamento em respeito a um apelo (ou seria por medo?).
Mas já adianto que me sinto em época de ditadura, onde o mal pode ser feito, as feridas podem ser criadas, mas ninguém pode ficar sabendo. O algozes, os amigos de lá, riram o quanto puderam de mim, falaram o que quiseram na minha cara, mas os "meus" amigos não podem ouvir os meus gritos de apelo, os meus gritos de alerta, como dizia o Gonzaguinha.
Sim: porque é de conhecimento comum que a palavra expia, liberta, e a um psiquismo em frangalhos só são possíveis quatro opções: duas pela via da palavra - libertar o afeto de sofrimento e ao mesmo tempo pedir socorro; uma pela via das substâncias - e o clonazepam tem trabalhado muito; e a última pelo seu auto-aniquilamento - seja na extinção do aparelho (isso mesmo, meter uma bala nele!), seja no refúgio psicótico.
Bem, mas conversaremos mais sobre isto, e sobre mim também.
26.1.07
Só mais uma coisa
Então, só mais essa. Todo mundo fica me perguntando sobre o meu mestrado.
Vai aí então uma parte do projeto, que já dá pra mostrar o que quero fazer.
3.3 Gostaríamos neste primeiro momento de esclarecer que nossa opção pela passagem integral, ainda que sucinta, por Totem e Tabu, se fundamenta na essencialidade do texto.
O “mito científico” e seus componentes edificadores serão transcritos à exaustão, seja no trato do desenvolvimento da religião (O futuro de uma ilusão, Moisés e o Monoteísmo), seja na explanação sobre a gênese da cultura (O Mal-Estar na Civilização) ou no esclarecimento da condução das massas (Psicologia das Massas e Análise do Eu), transpondo assim sua estrutura para o interior dos textos referentes a tais abordagens.
O paradigma essencial freudiano, portanto, recairá sobre a fundação histórica do conflito edipiano e sua potência abarcadora no domínio das relações.
Em uma primeira aproximação para com os trabalhos de Feuerbach, além das analogias já referidas pela leitura destas duas pequenas introduções, as explanações de proximidade mais acentuada nos textos freudianos se encontrarão certamente em “O Futuro de uma Ilusão”. Em trechos como “tenho intentado mostrar que as representações religiosas provêm da mesma necessidade que todos os outros da cultura: preservar o homem frente ao poder hipertrófico e deformador da natureza”, ou o final do capítulo IV, onde as vias conectivas entre o exposto em Totem e Tabu e o desamparo frente à natureza são estabelecidas, com recorrência ao desamparo infantil como paradigma desta relação, as remissões são imediatas, assim como em alguns momentos do trabalho de desvelamento imposto pela metapsicologia.
Esta mesma metapsicologia que, aliás, deverá ser manuseada em busca das colunas sobre as quais se assentam as representações religiosas. Acreditamos que a basilar, agora exposta sucintamente, desenha-se desde o sexto capítulo de “O Futuro de uma Ilusão”, e elucida-nos sobre o funcionamento de dispositivos teóricos essenciais atrelados a questões de igual monta a qual esclarece, a saber, como criamos, de quais estruturas nos utilizamos para tanto, e de que forma podemos crer em ilusões.
Expõe Freud:
“O característico da ilusão é que sempre deriva de desejos humanos; neste aspecto se aproxima da idéia delirante (Wahnidee) da psiquiatria...”
Sigamos a pista aventada percorrendo as linhas da psiquiatria. Mais precisamente, as de Eugen Bleuler, em seu Lehrbuch der Psychiatrie editado em 1916:
“O que na língua alemã chamamos de delírio são estados confusionais ligados a alucinações e idéias delirantes.”
Ora, alucinações ensejadas por desejos não são estranhas às páginas de Freud. Para que tal particularismo se expresse, basta-nos uma remissão ao “Projeto”, onde nas determinações sobre a Vivência de Satisfação (Befriedigungserlebnis) tal conexão encontra-se aclarada (via desamparo), com maiores pistas oferecidas tanto pela terminologia quanto por formulações aproximadas entre os dois textos. Tal linha nos levará ainda, inequivocamente, para as páginas de “A Interpretação dos Sonhos”, e conceitos como o de fantasia e regressão.
Disto inferimos, também, que se a metapsicologia em Totem e Tabu adorna cada passo do caminho, nos textos seguintes sobre o caráter religioso esta deverá ser cuidadosamente escavada.
Considerando agora metodologicamente o corpo de nosso trabalho, esclarecemos que a opção epistemológica pelo reconhecimento da circularidade entre antropologia e psicanálise na construção do caráter religioso se oferece em resposta ao seguinte questionamento: sendo a metapsicologia mais extensa do que a aplicada aos textos sobre religião (ou cultura), quais os requisitos necessários para a eleição dos termos utilizados?
Entendemos que a resposta não seja intrínseca à psicanálise, mas se apresente justamente no limiar entre esta e o que ela propõe esclarecer.
Por derivação primária e inerente ao campo psicanalítico, não acreditamos que a metapsicologia possa agir por si, mas que se acopla e acomoda a dados exteriores na obtenção de seus resultados sobre o tema.
Como resultado secundário, ocorre o enquadramento da psicanálise como participante histórica de um dado contexto interpretativo das representações religiosas, contexto este claramente vislumbrado na obra de Ludwig Feuerbach. Do exposto concluímos que uma explanação acerca do desenvolvimento interno à psicanálise do problema elencado não seria satisfatório, e que uma análise epistemológica concentrada também em uma das vertentes da conjuntura filosófica em que tais idéias foram gestadas se apresentaria imprescindível para um vislumbre genealógico da teoria, apresentando as viragens comunicadas às noções externas para que estas se inscrevessem no corpo psicanalítico, transmutando-se deste modo em parte de sua nosologia.
Vai aí então uma parte do projeto, que já dá pra mostrar o que quero fazer.
3.3 Gostaríamos neste primeiro momento de esclarecer que nossa opção pela passagem integral, ainda que sucinta, por Totem e Tabu, se fundamenta na essencialidade do texto.
O “mito científico” e seus componentes edificadores serão transcritos à exaustão, seja no trato do desenvolvimento da religião (O futuro de uma ilusão, Moisés e o Monoteísmo), seja na explanação sobre a gênese da cultura (O Mal-Estar na Civilização) ou no esclarecimento da condução das massas (Psicologia das Massas e Análise do Eu), transpondo assim sua estrutura para o interior dos textos referentes a tais abordagens.
O paradigma essencial freudiano, portanto, recairá sobre a fundação histórica do conflito edipiano e sua potência abarcadora no domínio das relações.
Em uma primeira aproximação para com os trabalhos de Feuerbach, além das analogias já referidas pela leitura destas duas pequenas introduções, as explanações de proximidade mais acentuada nos textos freudianos se encontrarão certamente em “O Futuro de uma Ilusão”. Em trechos como “tenho intentado mostrar que as representações religiosas provêm da mesma necessidade que todos os outros da cultura: preservar o homem frente ao poder hipertrófico e deformador da natureza”, ou o final do capítulo IV, onde as vias conectivas entre o exposto em Totem e Tabu e o desamparo frente à natureza são estabelecidas, com recorrência ao desamparo infantil como paradigma desta relação, as remissões são imediatas, assim como em alguns momentos do trabalho de desvelamento imposto pela metapsicologia.
Esta mesma metapsicologia que, aliás, deverá ser manuseada em busca das colunas sobre as quais se assentam as representações religiosas. Acreditamos que a basilar, agora exposta sucintamente, desenha-se desde o sexto capítulo de “O Futuro de uma Ilusão”, e elucida-nos sobre o funcionamento de dispositivos teóricos essenciais atrelados a questões de igual monta a qual esclarece, a saber, como criamos, de quais estruturas nos utilizamos para tanto, e de que forma podemos crer em ilusões.
Expõe Freud:
“O característico da ilusão é que sempre deriva de desejos humanos; neste aspecto se aproxima da idéia delirante (Wahnidee) da psiquiatria...”
Sigamos a pista aventada percorrendo as linhas da psiquiatria. Mais precisamente, as de Eugen Bleuler, em seu Lehrbuch der Psychiatrie editado em 1916:
“O que na língua alemã chamamos de delírio são estados confusionais ligados a alucinações e idéias delirantes.”
Ora, alucinações ensejadas por desejos não são estranhas às páginas de Freud. Para que tal particularismo se expresse, basta-nos uma remissão ao “Projeto”, onde nas determinações sobre a Vivência de Satisfação (Befriedigungserlebnis) tal conexão encontra-se aclarada (via desamparo), com maiores pistas oferecidas tanto pela terminologia quanto por formulações aproximadas entre os dois textos. Tal linha nos levará ainda, inequivocamente, para as páginas de “A Interpretação dos Sonhos”, e conceitos como o de fantasia e regressão.
Disto inferimos, também, que se a metapsicologia em Totem e Tabu adorna cada passo do caminho, nos textos seguintes sobre o caráter religioso esta deverá ser cuidadosamente escavada.
Considerando agora metodologicamente o corpo de nosso trabalho, esclarecemos que a opção epistemológica pelo reconhecimento da circularidade entre antropologia e psicanálise na construção do caráter religioso se oferece em resposta ao seguinte questionamento: sendo a metapsicologia mais extensa do que a aplicada aos textos sobre religião (ou cultura), quais os requisitos necessários para a eleição dos termos utilizados?
Entendemos que a resposta não seja intrínseca à psicanálise, mas se apresente justamente no limiar entre esta e o que ela propõe esclarecer.
Por derivação primária e inerente ao campo psicanalítico, não acreditamos que a metapsicologia possa agir por si, mas que se acopla e acomoda a dados exteriores na obtenção de seus resultados sobre o tema.
Como resultado secundário, ocorre o enquadramento da psicanálise como participante histórica de um dado contexto interpretativo das representações religiosas, contexto este claramente vislumbrado na obra de Ludwig Feuerbach. Do exposto concluímos que uma explanação acerca do desenvolvimento interno à psicanálise do problema elencado não seria satisfatório, e que uma análise epistemológica concentrada também em uma das vertentes da conjuntura filosófica em que tais idéias foram gestadas se apresentaria imprescindível para um vislumbre genealógico da teoria, apresentando as viragens comunicadas às noções externas para que estas se inscrevessem no corpo psicanalítico, transmutando-se deste modo em parte de sua nosologia.
Nada
Não, hoje não discorrerei sobre o nihilismo.
Só nada direi porque há clonazepam demais circulando pela torre de comando.
Quero apenas pedir desculpas à Carlota porque combinamos, ela me ligou, e eu não consegui reagir tamanha a bolação. Minha mãe tentou me acordar, quase me jogou no chão, mas a única resposta possível de se fazer foi levantar o braço direito e dizer: remédio, diz à ela, pode falar, o reeeemmmééééddiiiiooooo.... e pluf. Não sei o que ela te disse Carlota, mas a verdade é essa...
Mas há outras pendências, e disto eu tratarei logo.
1. Alguém me perguntou sobre a crise dissociativa: apesar de não ter se revelado, explico direitinho depois
2. Existe uma pessoa muito importante pra mim que já não suporta reclamar por não aparecer aqui: aparecerá, com um texto só pra ela
3. Um passarinho me contou que uma das M0biltes queria ter se divertido comigo e com as queridas Mobiletes que estão na área: dia 3 tudo se normalizará.
Não sei mais o que fazer com a falta da minha Mobilete preferida, aquela que eu amo: seria tudo muito mais fácil, seria tudo tão mais bonito.
Hoje tivemos o nosso primeiro mal-entendido. E não passou disso mesmo: um mal-entendido. E eu sofri tanto, e ela também - um ótimo sinal.
Até...
Só nada direi porque há clonazepam demais circulando pela torre de comando.
Quero apenas pedir desculpas à Carlota porque combinamos, ela me ligou, e eu não consegui reagir tamanha a bolação. Minha mãe tentou me acordar, quase me jogou no chão, mas a única resposta possível de se fazer foi levantar o braço direito e dizer: remédio, diz à ela, pode falar, o reeeemmmééééddiiiiooooo.... e pluf. Não sei o que ela te disse Carlota, mas a verdade é essa...
Mas há outras pendências, e disto eu tratarei logo.
1. Alguém me perguntou sobre a crise dissociativa: apesar de não ter se revelado, explico direitinho depois
2. Existe uma pessoa muito importante pra mim que já não suporta reclamar por não aparecer aqui: aparecerá, com um texto só pra ela
3. Um passarinho me contou que uma das M0biltes queria ter se divertido comigo e com as queridas Mobiletes que estão na área: dia 3 tudo se normalizará.
Não sei mais o que fazer com a falta da minha Mobilete preferida, aquela que eu amo: seria tudo muito mais fácil, seria tudo tão mais bonito.
Hoje tivemos o nosso primeiro mal-entendido. E não passou disso mesmo: um mal-entendido. E eu sofri tanto, e ela também - um ótimo sinal.
Até...
25.1.07
Milhões de coisas
São tantas coisas que sequer sei por onde começar.
Bom, vamos lá.
Primeiro: Cris, obrigado pelo e-mail. Não há mais nada a ser dito sobre a nossa amizade. Não importa a distância, você sempre esta aqui, ao meu lado, dizendo tudo, e espero que sinta o mesmo quando escrevo pra você. Aproveito pra te dizer aqui, em primeira mão (decidi meio agora) que um dos projetos mais sérios deste ano e, se agora não der, para o ano que vem, é visitar-lhe em terras dinamarquesas. Passar dias felizes com a sua família linda, curtir a nossa amizade do modo que merecemos, ver nossos filhos correndo juntinhos no quintal da sua nova e acolhedora casa. Só de pensar...
Bem, a vida agora: hoje foi o meu primeiro dia como professor do Colégio Doctus. Maravilhoso, descontração entre os professores (foi só uma dinâmica para os professores), possíveis novos grandes amigos (Haroldo, de Redação), reencontro com ex-professores muito amigos também e que ficaram numa felicidade extasiante em me ver: Deise (biologia), Rosana (matemática), sem contar a Ilka e outros. Fui muito bem acolhido. Agora é trabalhar muito, mostrar qualidade, e abrir esta porta. Não tenho dúvidas de que farei.
Hoje também fui ao cinema com o João, ver Uma noite no museu: divertido, bem articulado, muito bom filme. O João e eu adoramos. Depois fomos à Saraiva, onde comprei pra ele o disco de "Os saltimbancos", porque ele adora e tinha perdido o primeiro que compráramos há uns 4 anos.
Ah, o João mudará de escola: sai Progresso, entra Doctus. Adorou a idéia, e eu também.
Bem, agora vamos às festas.
Sexta, 26, aniversário da dona Dolma. O convite é muito legal: um carro em uma estrada tortuosa (The long and winding road, that leaves, to your door - como esta música é linda, né) se aproximando de uma placa onde há o número 60 escrito. Dentro, algo fantástico, lindo mesmo. Está escrito assim: "não serão aceitos presentes; pede-se a contribuição de um pacote de fraldas geriátricas que serão entregues ao Lar dos Velhinhos". E assim se faz o bem a todo mundo. Merecidas palmas, coisa de gente grande. Depois da cafeína e da cocaína da semana passada, fica ainda mais fácil diferenciar as coisas.
Sábado, 27, aniversário da minha querida Carlota. Engraçado como a minha relação com a Carla foi mudando com o tempo: nos conhecemos, fomos ficamos amigos e agora, não sei se ela sente o mesmo, ela está decididamente dentro do meu coração, em lugar muito, muito especial. Amigos, amigos mesmo, pra todas.
O tema da festa é Era de Aquarius, mas ela disse que podíamos fazer a leitura que quiséssemos. Eu vou de Hera de Aquário, uma planta pingando a festa toda.
Sábado, 3, aniversário da Raquel. Pessoa doce, doce, recém conhecida, mas que parece ser muito mais do bem do que qualquer outra coisa. Aliás, apesar da inveja que isto pode causar em algumas pessoas, adorei conhecer melhor a Raquel e a Laura no último sábado. Pessoas bonitas, inteligentes (a Laura me lembra muito, demais o Woody Allen, com as suas tiradas fenomenais), com um coração gigante. Fiquei muito feliz com as nossas conversas, com essas minhas "novas" amigas. Bem, então a pizzada promete.
Estou ouvindo o disco do Santana "Ao vivo na América do Sul": a parte em que ele sola Aquarela do Brasil é realmente de uma beleza rara. Quando ele fez isso no show aqui no Brasil a galera quase desmaiou, quase pirou, quase levantou vôo, incuindo eu e o Emílio. E quando ele termina Europa solando Ponta de Areia também é muito, muito foda. Mesma resposta do público. Mas lembrando aquele show, uma das coisas mais emocionantes foi quando o baixista tocou sozinho Romaria, com a galera todinha cantando, depois de um solo de jazz dele e do baterista que havia durado mais de dez minutos. Eu, em termos de música, só havia visto algo tão impressionante ao ver o João Gilberto assim, tête à tête.
Até amanhã, e melhoras para pessoa mais importante que lê este blog.
Bom, vamos lá.
Primeiro: Cris, obrigado pelo e-mail. Não há mais nada a ser dito sobre a nossa amizade. Não importa a distância, você sempre esta aqui, ao meu lado, dizendo tudo, e espero que sinta o mesmo quando escrevo pra você. Aproveito pra te dizer aqui, em primeira mão (decidi meio agora) que um dos projetos mais sérios deste ano e, se agora não der, para o ano que vem, é visitar-lhe em terras dinamarquesas. Passar dias felizes com a sua família linda, curtir a nossa amizade do modo que merecemos, ver nossos filhos correndo juntinhos no quintal da sua nova e acolhedora casa. Só de pensar...
Bem, a vida agora: hoje foi o meu primeiro dia como professor do Colégio Doctus. Maravilhoso, descontração entre os professores (foi só uma dinâmica para os professores), possíveis novos grandes amigos (Haroldo, de Redação), reencontro com ex-professores muito amigos também e que ficaram numa felicidade extasiante em me ver: Deise (biologia), Rosana (matemática), sem contar a Ilka e outros. Fui muito bem acolhido. Agora é trabalhar muito, mostrar qualidade, e abrir esta porta. Não tenho dúvidas de que farei.
Hoje também fui ao cinema com o João, ver Uma noite no museu: divertido, bem articulado, muito bom filme. O João e eu adoramos. Depois fomos à Saraiva, onde comprei pra ele o disco de "Os saltimbancos", porque ele adora e tinha perdido o primeiro que compráramos há uns 4 anos.
Ah, o João mudará de escola: sai Progresso, entra Doctus. Adorou a idéia, e eu também.
Bem, agora vamos às festas.
Sexta, 26, aniversário da dona Dolma. O convite é muito legal: um carro em uma estrada tortuosa (The long and winding road, that leaves, to your door - como esta música é linda, né) se aproximando de uma placa onde há o número 60 escrito. Dentro, algo fantástico, lindo mesmo. Está escrito assim: "não serão aceitos presentes; pede-se a contribuição de um pacote de fraldas geriátricas que serão entregues ao Lar dos Velhinhos". E assim se faz o bem a todo mundo. Merecidas palmas, coisa de gente grande. Depois da cafeína e da cocaína da semana passada, fica ainda mais fácil diferenciar as coisas.
Sábado, 27, aniversário da minha querida Carlota. Engraçado como a minha relação com a Carla foi mudando com o tempo: nos conhecemos, fomos ficamos amigos e agora, não sei se ela sente o mesmo, ela está decididamente dentro do meu coração, em lugar muito, muito especial. Amigos, amigos mesmo, pra todas.
O tema da festa é Era de Aquarius, mas ela disse que podíamos fazer a leitura que quiséssemos. Eu vou de Hera de Aquário, uma planta pingando a festa toda.
Sábado, 3, aniversário da Raquel. Pessoa doce, doce, recém conhecida, mas que parece ser muito mais do bem do que qualquer outra coisa. Aliás, apesar da inveja que isto pode causar em algumas pessoas, adorei conhecer melhor a Raquel e a Laura no último sábado. Pessoas bonitas, inteligentes (a Laura me lembra muito, demais o Woody Allen, com as suas tiradas fenomenais), com um coração gigante. Fiquei muito feliz com as nossas conversas, com essas minhas "novas" amigas. Bem, então a pizzada promete.
Estou ouvindo o disco do Santana "Ao vivo na América do Sul": a parte em que ele sola Aquarela do Brasil é realmente de uma beleza rara. Quando ele fez isso no show aqui no Brasil a galera quase desmaiou, quase pirou, quase levantou vôo, incuindo eu e o Emílio. E quando ele termina Europa solando Ponta de Areia também é muito, muito foda. Mesma resposta do público. Mas lembrando aquele show, uma das coisas mais emocionantes foi quando o baixista tocou sozinho Romaria, com a galera todinha cantando, depois de um solo de jazz dele e do baterista que havia durado mais de dez minutos. Eu, em termos de música, só havia visto algo tão impressionante ao ver o João Gilberto assim, tête à tête.
Até amanhã, e melhoras para pessoa mais importante que lê este blog.
23.1.07
Ainda sobre aquilo
Sem pedir direito de publicação: obrigado Carlinha, te amo muito também.
Fabi,
após ler tudo aquilo em seu blog, não pude conter as emoções que por mim corriam e te escrevi essa cartinha...
com amor e carinho...
Carla
"As melhores e mais belas coisas do mundo não podem ser vistas ou tocadas. Precisam ser sentidas com o coração."
Viçosa 21 de janeiro de 2007. 2:30am
Amado amigo,
fiquei pasma com as visões dos espelhos retorcidos de imagens e memórias doídas e doidas de pessoas que se ferem e machucam tanto a si mesmas e a tantos outros à sua volta; à nós mesmos....
Dores da infância parecem ser buracos negros devoradores de vidas (se mau resolvidos), são como uma onda gigante, daquelas que a pouco tempo dizimaram cidades povoados famílias e histórias de vidas...
Lamento por ela, por vc e pelo nosso querido João...
Mas como toda onda gigante e destruidora... ela passará... e o sol voltará a brilhar...(PIEGAS talvez... mas verdadeiro), as mesmas águas que desorganizaram se incumbirão de refazer o ciclo da vida e do bem viver....
Cuide-se meu amigo querido... isso é agora a melhor estratégia para a sobrevivência...
Cuide-se e sobreviva a essas imagens avassaladoras e cruéis...
Tenho pensado muito sobre contextos, e ao rever o nosso, de infância até a adolescência, percebo que, de certa forma, tivemos nossos privilégios entre arte dança e dramaturgia, risos, festas, viagens e bailinhos....vivíamos “protegidos”... diferentemente de outros tantos... e nesses tempos nutríamos a nós mesmos e reelaborávamos de alguma forma um pouco de nossas dores....(depois disserto melhor sobre esses pensamentos)
Mas enfim....
Lembre-se sempre que vc não está dentro desses espelhos... que hoje um horizonte aberto, com uma vista sem limites se abre em sua vida, e não há maneiras de uma superfície espelhada de visões retorcidas te aprisionarem nos labirintos de destruição e tantas dores....
Siga em direção à sua Libertação....
E cada dia resista às ilusões dos espelhos....
"SAUDADES SEM FIM”
Sinta-se acolhido e abraçado.
Até a HERA de aquáriosssssssss..
Beijos
Carla
Fabi,
após ler tudo aquilo em seu blog, não pude conter as emoções que por mim corriam e te escrevi essa cartinha...
com amor e carinho...
Carla
"As melhores e mais belas coisas do mundo não podem ser vistas ou tocadas. Precisam ser sentidas com o coração."
Viçosa 21 de janeiro de 2007. 2:30am
Amado amigo,
fiquei pasma com as visões dos espelhos retorcidos de imagens e memórias doídas e doidas de pessoas que se ferem e machucam tanto a si mesmas e a tantos outros à sua volta; à nós mesmos....
Dores da infância parecem ser buracos negros devoradores de vidas (se mau resolvidos), são como uma onda gigante, daquelas que a pouco tempo dizimaram cidades povoados famílias e histórias de vidas...
Lamento por ela, por vc e pelo nosso querido João...
Mas como toda onda gigante e destruidora... ela passará... e o sol voltará a brilhar...(PIEGAS talvez... mas verdadeiro), as mesmas águas que desorganizaram se incumbirão de refazer o ciclo da vida e do bem viver....
Cuide-se meu amigo querido... isso é agora a melhor estratégia para a sobrevivência...
Cuide-se e sobreviva a essas imagens avassaladoras e cruéis...
Tenho pensado muito sobre contextos, e ao rever o nosso, de infância até a adolescência, percebo que, de certa forma, tivemos nossos privilégios entre arte dança e dramaturgia, risos, festas, viagens e bailinhos....vivíamos “protegidos”... diferentemente de outros tantos... e nesses tempos nutríamos a nós mesmos e reelaborávamos de alguma forma um pouco de nossas dores....(depois disserto melhor sobre esses pensamentos)
Mas enfim....
Lembre-se sempre que vc não está dentro desses espelhos... que hoje um horizonte aberto, com uma vista sem limites se abre em sua vida, e não há maneiras de uma superfície espelhada de visões retorcidas te aprisionarem nos labirintos de destruição e tantas dores....
Siga em direção à sua Libertação....
E cada dia resista às ilusões dos espelhos....
"SAUDADES SEM FIM”
Sinta-se acolhido e abraçado.
Até a HERA de aquáriosssssssss..
Beijos
Carla
18.1.07
Como e drumo
Cheguei.
Parafusos devidamente postos no lugar, estou pronto para falar um pouco sobre aqueles que não os têm.
Existe um quiprocó de 14 páginas em um site por aí do qual eu preciso falar mal, e então eu resolvi emprestar um trechinho, um pedacinho apenas, porque é este que conta a hipótese, ou seja, é ele que movimenta o quiprocó.
Dêem uma olhada na situação:
O modelo de organização social padrão nas cidades está esgotado, insatisfatório como habitat ou ecossistema humano, manifestando-se em distúrbios sociais, quais sejam: violência, aética, desemprego, desabrigo, inchaço populacional, epidemias, dentre outros, e na dicotomia entre a veloz evolução tecnológica e a superlativa desigualdade social, perpetuada por um interesse soberano.
Alguém aí consegue me dizer por onde começar?
Olha só: já li Kant, já li Hegel, já li Nietzsche, já li Aristóteles, até o tonto do Marx já li e nenhum deles conseguiu fazer tamanha confusão. Isto me inclina a crer que este negócio não passa de um poema dadaísta, daqueles de jogar as palavras no saco, ir tirando e montando o dito. Um poema feito por pré-adolescentes, por tem aquela coisa ali de soberano, e poder soberano é coisa de pré-adolescente.
Sim, lembram-se de quando a gente achava que havia um poder soberano e maldoso? Na minha época a gente o chamava de sociedade ou de sistema - Porque a sociedade não aceita este pensamento!!!; ou - O sistema está acabando com o homem, o sistema não perdoa.
Lembram-se disto? Fernando Pessoa chama isto de infância do pensamento. Eu assino em baixo.
Mas voltando ao texto em si, vamos fazer algo que deixa a coisa mais engraçada: vamos desmontar as orações coordenadas. Olhem só como fica:
O modelo de organização social padrão nas cidades está esgotado, insatisfatório como habitat ou ecossistema humano, manifestando-se na dicotomia entre a veloz evolução tecnológica e a superlativa desigualdade social, perpetuada por um interesse soberano.
Muito interessante não? Quer dizer que o fato de as cidades se tornarem lugares inabitáveis é o mote pela dicotomia entre evolução tecnológica e desigualdade social?
Meu Deus do céu, perdoai as criancinhas.
Fazer ligação entre a organização social padrão e a tal dicotomia é obviamente impossível, coisa de louco, agora, na segunda parte da coisa, quiseram dizer que o desenvolvimento de novas técnicas tornam obsoletos os que não sabem manejá-las. Não foi isso?
E que isto causa desigualdade social. Não foi isso?
Hummm, não será um problema de políticas educacionais a de não inclusão de trabalhadores em setores que exijam novos saberes?
Ah, é aí que entra o soberano? E agora é dar um soco no ar, fazer cara de gênio e soltar um huhu, Nossa Senhora, com eu sou foda!!!
Sabem o que isto me lembra? Quando há uns dez anos atrás, alguns setores (que nós sabemos quais são) não queriam que o Brasil abrisse as fronteiras para a importação.
Você já pensaram no que seríamos hoje?
Este mesmo povo também não queria que as teles fossem privatizadas.
Sabe como este texto chegaria até vocês se a coisa fosse da forma como eles queriam?
Eu arrumaria um mimeógrafo, compraria 58 litros de álcool, 50 folhas de estêncil e 400 de sulfite, ficaria 10 dias rodando este negócio e depois mandaria pra vocês pelo correio.
Não seria ótimo? Imaginem em que situação o país estaria.
Pois bem, é o mesmo pensamento que "talvez", bem "talvez" mesmo, esteja ali.
Então que se refaçam as carroças, os carros de boi, joguem os micros fora, reponham os telefones pretos de um quilo, e faça-mos a revolução, a revolução da inclusão. Ou melhor, a involução. Quem sabe, daqui a uns 20 anos, não cheguemos na revolução industrial?
Nossa, é não ter uma idéia minimamente próxima da complexidade das questões. Triste, triste demais pra quem emite pareceres sobre a inteligência alheia. Aliás, é só este tipo de gente que é capaz de fazer isto.
Volto amanhã porque agora eu estou cansado. O sossega leão já desceu pela güela, e há perigo de eu sentar a testa na barra de espaço.
Só mais um aviso: volto pra falar mais do quiprocó de cabeça vermela e ornamentos de joaninha.
_________________________________________________________________________
Mais uma coisa, a última: estou ouvindo Vocalise, do Rachmaninoff. Se ouvesse naquele época esta história toda de plágio, As rosas não falam não existiria, e o Cartola não teria pulado tantos carnavais à solta.
__________________________________________________________________________
Beijos carinhosos demais da conta pra besta...
Parafusos devidamente postos no lugar, estou pronto para falar um pouco sobre aqueles que não os têm.
Existe um quiprocó de 14 páginas em um site por aí do qual eu preciso falar mal, e então eu resolvi emprestar um trechinho, um pedacinho apenas, porque é este que conta a hipótese, ou seja, é ele que movimenta o quiprocó.
Dêem uma olhada na situação:
O modelo de organização social padrão nas cidades está esgotado, insatisfatório como habitat ou ecossistema humano, manifestando-se em distúrbios sociais, quais sejam: violência, aética, desemprego, desabrigo, inchaço populacional, epidemias, dentre outros, e na dicotomia entre a veloz evolução tecnológica e a superlativa desigualdade social, perpetuada por um interesse soberano.
Alguém aí consegue me dizer por onde começar?
Olha só: já li Kant, já li Hegel, já li Nietzsche, já li Aristóteles, até o tonto do Marx já li e nenhum deles conseguiu fazer tamanha confusão. Isto me inclina a crer que este negócio não passa de um poema dadaísta, daqueles de jogar as palavras no saco, ir tirando e montando o dito. Um poema feito por pré-adolescentes, por tem aquela coisa ali de soberano, e poder soberano é coisa de pré-adolescente.
Sim, lembram-se de quando a gente achava que havia um poder soberano e maldoso? Na minha época a gente o chamava de sociedade ou de sistema - Porque a sociedade não aceita este pensamento!!!; ou - O sistema está acabando com o homem, o sistema não perdoa.
Lembram-se disto? Fernando Pessoa chama isto de infância do pensamento. Eu assino em baixo.
Mas voltando ao texto em si, vamos fazer algo que deixa a coisa mais engraçada: vamos desmontar as orações coordenadas. Olhem só como fica:
O modelo de organização social padrão nas cidades está esgotado, insatisfatório como habitat ou ecossistema humano, manifestando-se na dicotomia entre a veloz evolução tecnológica e a superlativa desigualdade social, perpetuada por um interesse soberano.
Muito interessante não? Quer dizer que o fato de as cidades se tornarem lugares inabitáveis é o mote pela dicotomia entre evolução tecnológica e desigualdade social?
Meu Deus do céu, perdoai as criancinhas.
Fazer ligação entre a organização social padrão e a tal dicotomia é obviamente impossível, coisa de louco, agora, na segunda parte da coisa, quiseram dizer que o desenvolvimento de novas técnicas tornam obsoletos os que não sabem manejá-las. Não foi isso?
E que isto causa desigualdade social. Não foi isso?
Hummm, não será um problema de políticas educacionais a de não inclusão de trabalhadores em setores que exijam novos saberes?
Ah, é aí que entra o soberano? E agora é dar um soco no ar, fazer cara de gênio e soltar um huhu, Nossa Senhora, com eu sou foda!!!
Sabem o que isto me lembra? Quando há uns dez anos atrás, alguns setores (que nós sabemos quais são) não queriam que o Brasil abrisse as fronteiras para a importação.
Você já pensaram no que seríamos hoje?
Este mesmo povo também não queria que as teles fossem privatizadas.
Sabe como este texto chegaria até vocês se a coisa fosse da forma como eles queriam?
Eu arrumaria um mimeógrafo, compraria 58 litros de álcool, 50 folhas de estêncil e 400 de sulfite, ficaria 10 dias rodando este negócio e depois mandaria pra vocês pelo correio.
Não seria ótimo? Imaginem em que situação o país estaria.
Pois bem, é o mesmo pensamento que "talvez", bem "talvez" mesmo, esteja ali.
Então que se refaçam as carroças, os carros de boi, joguem os micros fora, reponham os telefones pretos de um quilo, e faça-mos a revolução, a revolução da inclusão. Ou melhor, a involução. Quem sabe, daqui a uns 20 anos, não cheguemos na revolução industrial?
Nossa, é não ter uma idéia minimamente próxima da complexidade das questões. Triste, triste demais pra quem emite pareceres sobre a inteligência alheia. Aliás, é só este tipo de gente que é capaz de fazer isto.
Volto amanhã porque agora eu estou cansado. O sossega leão já desceu pela güela, e há perigo de eu sentar a testa na barra de espaço.
Só mais um aviso: volto pra falar mais do quiprocó de cabeça vermela e ornamentos de joaninha.
_________________________________________________________________________
Mais uma coisa, a última: estou ouvindo Vocalise, do Rachmaninoff. Se ouvesse naquele época esta história toda de plágio, As rosas não falam não existiria, e o Cartola não teria pulado tantos carnavais à solta.
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Beijos carinhosos demais da conta pra besta...
16.1.07
Então, demorou muito mas eu voltei.
Bastante coisa a ser dita; muita discussão; coisas boas também.
Aliás, coisas boas demais.
Pena que terei de reiniciar como iniciei este blog há cerca de um ano: conversando com malucos.
Dizem que não se deve. Dizem que é perda de tempo.
Mas é necessário, porque se não se interpreta e se acondiciona a malucagem, ela acaba se estendendo como parâmetro. Sim, se estendendo, porque se entender como parâmetro já faz parte da nosologia.
Babalorixá doidão com ostras flores e canalha.
Este povo não muda mesmo. O padrão se repete incessantemente.Mas devo admitir que neste caso a roupagem se altera, o que faz com que talvez eu tenha que agir de forma um pouco diferente.
Junto com a vermelhidão há agora a sofística. Bobos que sabem criar aporias.
Platão foi rápido ao lidar com esta gente: amarrem-nos em pedras e jogue-os ao mar.
Já, já, volto com parte das coisas.
Agora tenho que cuidar da minha cabeça, aquela que me faz sofrer quando se desregula.
Volto pra falar do povo que tem a cabeça desregulada, considera isto uma vantagem e se aventura pela Amerca Latina para... para... para... desregular os outros? Sim, desregular o outros fazendo exorcismo, tirando as zelite da cabeça dos pobres que não compreendem o mundo por conta deste espírito maligno.
Como a confusão é muita, quem patrocina a festa é a própria Zelite.
Impossível entender a conspiração?
Nem tanto. Como uma neurose nunca age sozinha, o negócio é desmembrar a situação.Mas como isto só é feito se o doente quiser, os loucos ficarão à solta, se achando eleitos.
Bem, volto depois, porque o mecânico já deve estar no aguardo para apertar os parafusos da minha cuca.
Até.
Bastante coisa a ser dita; muita discussão; coisas boas também.
Aliás, coisas boas demais.
Pena que terei de reiniciar como iniciei este blog há cerca de um ano: conversando com malucos.
Dizem que não se deve. Dizem que é perda de tempo.
Mas é necessário, porque se não se interpreta e se acondiciona a malucagem, ela acaba se estendendo como parâmetro. Sim, se estendendo, porque se entender como parâmetro já faz parte da nosologia.
Babalorixá doidão com ostras flores e canalha.
Este povo não muda mesmo. O padrão se repete incessantemente.Mas devo admitir que neste caso a roupagem se altera, o que faz com que talvez eu tenha que agir de forma um pouco diferente.
Junto com a vermelhidão há agora a sofística. Bobos que sabem criar aporias.
Platão foi rápido ao lidar com esta gente: amarrem-nos em pedras e jogue-os ao mar.
Já, já, volto com parte das coisas.
Agora tenho que cuidar da minha cabeça, aquela que me faz sofrer quando se desregula.
Volto pra falar do povo que tem a cabeça desregulada, considera isto uma vantagem e se aventura pela Amerca Latina para... para... para... desregular os outros? Sim, desregular o outros fazendo exorcismo, tirando as zelite da cabeça dos pobres que não compreendem o mundo por conta deste espírito maligno.
Como a confusão é muita, quem patrocina a festa é a própria Zelite.
Impossível entender a conspiração?
Nem tanto. Como uma neurose nunca age sozinha, o negócio é desmembrar a situação.Mas como isto só é feito se o doente quiser, os loucos ficarão à solta, se achando eleitos.
Bem, volto depois, porque o mecânico já deve estar no aguardo para apertar os parafusos da minha cuca.
Até.
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