Hoje visitei rapidamente a SBPC. Como tinha que tratar do meu reingresso a fim integralizar a licenciatura, aproveitei e fui dar uma olhada. Resultado: depois as pessoas se perguntam porque é que Wittegenstein foi ser porteiro e jardineiro na Áustria e Nietzsche decidiu ser enfermeiro na guerra franco-prussiana. Aquilo é uma chatice só, uma chatice ditada por um agenda no mínimo estúpida.
Do lado de fora, milhões de camisetas do Che e um pessoal vendendo um jornaleco comunista. Olha o que esse povo dizia: que não temos que deixar de acreditar na revolução, e que o neoliberalismo do governo FHC blá blá blá blá blá blá... Se eu estivesse irritado iria arrumar uma confusão, botar fogo naquela merda toda, fazer a barba de todo mundo, trocar os bonezinhos de anarquista por viseiras, arrumar emprego de verdade pra galera (quem sabe guardar os carros), além de arrumar análise coletiva, pra ver se esse povo sai da tal "infância do pensamento". Se o Getúlio estivesse lá, no mínimo umas bicudas sairiam (putz cara, agora não dá mais).
A princípio, fiquei com vergonha de pertencer às tais ciências humanas. Putz, os caras ali dentro falando de ciência, e os coiós aqui querendo fazer a revolução: nem ler um autor tosco como Marx os caras conseguem, e os outros falando de luz síncrotron. Ora, ora, Fabiano tolinho. Bastaram 20min na tenda e mais um tanto na ginásio para ver claramente que a agenda do povo exato era ditada pelo lado jacu do povo das humanas.
Sim, eu li Nietzsche, eu li Adorno e Horkheimer, eu li Habermas: técnica e ciência como ideologia, eu já sabia. Mas tudo ficou muito claro naquele momento. Como um pensamento de fundo tão despreparado pode ditar caminhos para uma quantidade gigantesca de pesquisas? Parecia um encontro de ONG´s dispostas a salvar a tartaruguinha caolha e barrabenta de Mossoró: caceta!
É impressionante como a extrema tecnicização das ciências exatas acabou produzindo indivíduos que não fazem a mínima idéia de seus lugares no mundo, quiçá o de suas pesquisas. O ditame é fornecido pelo levante do interesse geral e, por assim, pela boniteza do ato científico. Se ele é capaz de emocionar as pessoas, de fazê-las suspirarem, é algo que deve ser pensado. Um exemplo? O nome do projeto que ganhou o prêmio cientistas do amanhã: Teste de disponibilização da produção do biodiesel para pequenos produtores de forma artesanal através de gordura animal. E bota o MST pra produzir biodiesel, hahaha... Só não pensaram no fato de que agora não é mais in comer animais.
Outros ganhadores:
Microbiologia Democrática - das gêmeas Ana Cláudia e Ana Clara Cassanti – Trata do ensino da microbiologia a partir de experimentos e jogos para escolas que não possuem laboratório.
Parâmetros analisados da água de Londrina após a utilização e tratamento de esgoto - Júlia Carvalho (Londrina) – Análise de parâmetros e conscientização da importância dos rios. Integra o projeto da prefeitura de Londrina “O rio da minha rua”.
Enquanto isso os jovens do resto do mundo desenvolvem Napsters, criam formas de aproveitamento de água salgada e barateiam diversas formas de tecnologia, "democratizando-as".
Confundimos ciência e tecnologia com educação básica e projetos sociais caducos: alguém aí quer algo mais alinhado com o fato de sermos um país quem tem um presidente apedeuta e aético, e ainda se orgulha disso?
Infelizmente, esta é a nossa Weltanschauung.
3 comentários:
o q vc acha do laymert e do paulo roberto martins?
é cara... certamente sairiam umas bicudas...
essa galera não aprende...
lama...
Sim, provavelmente por isso e
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