Ler Caros Amigos é voltar no tempo. No tempo cronológico e no tempo da inteligência. Tem blogs de articulistas com a seguinte chamada: Enquanto houver um explorado e um oprimido não haverá paz. Se um aluno meu, do primeiro ano, me dissesse isso, eu ficaria constrangido, daria pra ele um ponto negativo e perguntaria de qual banca de camiseta na feira hippie ele havia tirado a bobagem.
Mas o bonito não pára por aí. Olhem o texto de uma moça fina, que mora em Paris, mas que já viveu em Roma, Miami, Los Angeles e Havana (nesta última como embaixatriz francesa em Cuba). Por que ela não vendeu tudo, deu o dinheiro pro partido castrista em foi morar em Cuba eu não sei, mas que é uma árdua defensora do regime, isto ela é.
Vamos a um trecho do bonitão:
Recebi com grande choque as falsas informações publicadas numa revista brasileira em matéria sobre Ernesto Guevara, El Che.
Claro, não é algo novo, mas é algo que me toca.
Estive em Havana durante últimos três meses, elaborando uma exaustiva investigação, compilando materiais e entrevistas para o especial Che - Combatente e Intelectual, publicado pela Caros Amigos. Estive com os que estiveram com o Che e que estão vivos, trabalhei junto aos historiadores e especialistas do Centro de Estudos Che Guevara de Havana, que conserva todas as cartas, diários, notas, documentos dele. Em nenhum momento minhas conversas, nem minhas entrevistas foram censuradas, ao contrário, sentiam-se felizes em poder compartir informação.
Pena que os jornalistas de tal revista não tiveram o tato de incluir em suas pesquisas os cubanos de Cuba, que são 11.400.000 de pessoas prontas para uma boa conversa, e se limitaram a entrevistar uns e outros da notória máfia anticastrista de Miami, muitos, entre os quais, membros de uma organização chamada Fundação Cubana Americana, que aplicou métodos terroristas contra Cuba, alimenta grande parte das virulentas campanhas anti-revolucionarias, e financia senadores norte-americanos para elaborar leis contra Cuba.
Essa moça aí, como diria meu amigo reacionário, só pode ser uma fanfarrona. Vai visitar uma ditadura que mata sujeitos que não se adequam ao discurso e vem dizer que a fala dos pobres pode ser considerada como fonte? Que a documentação existente naquele lugar, e disponobilizada ao público, deve ser tomada como fonte? Pesquisa extensa em três meses? Tá doidja, bichim? É ser feliz demais né?
E o restante então? Olhem a paranóia:
máfia anticastrista de Miami... membros de uma organização chamada Fundação Cubana Americana, que aplicou métodos terroristas contra Cuba.
Minha querida, não há necessidade de se aplicar métodos terroristas contra Cuba. Ela já faz isso em si e por si mesma. Até o Saramago, o sempre cego, desistiu de Fidel há poucos anos quando soube que três desertores haviam sido recém chacinados pelo regime. Quantos foram antes? Mil, dois mil, dez mil, vinte mil?
Provavelmente a moça não sabe disso porque os felizes cubanos com quem ela compartilha informações não lhes disseram. Felizes é ótimo. Deviam estar rindo da cara da pobre e ela nem percebeu. Normal pra quem é da esquerda, aquele povo que precisa de tecla SAP pra piada e ironia.
Cada um tem a sua Disney, mas nem todo mundo percebe (ou tem idade psíquica pra perceber) que seu respectivo Mickey é de mentira.
Um comentário:
humpf... nem falo nada do novo layout....
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