25.4.08

Vejam só

Certa vez escrevi aqui um post falando bastante mal do construtivismo. Fui então tachado, pelos nossos educadores liberais, de ridículo, reacionário - hummm, por que será? - e desinformado. O fato de que o glorioso Piaget tenha alterado os números de suas provas empíricas e a questão da utilização do método fônico pelos países que ocupam os primeiros lugares nas provas internacionais de educação sequer foram comentados. O que interessa, como diria Demerval Saviani - e é só isso o que ele sabe dizer - é que se você não não se utiliza dos métodos cabeça da universidade brasileira você estará reproduzindo, na educação, a lógica do sistema capitalista. É isso mesmo: transformaram a nossa educação em questão política.


Despolitizando a coisa e fornecendo novos dados aos fatos, vejamos o acontecimento narrado abaixo, sobre uma experiência feita no Rio Grande do Sul - retirado de um blog sobre educação:

O estado escolheu aleatoriamente 677 turmas de primeira série em 536 escolas, que receberiam quatro tipos de intervenção na sua metodologia de alfabetização: um grupo seria instruído através do método construtivista, a cargo do GEEMPA, outro pelo método fônico, do Instituto Alfa e Beto, o terceiro através da metodologia do Instituto Ayrton Senna e um quarto grupo serviria de controle, recebendo a instrução convencional do estado.

A primeira notícia relevante é de que os três métodos de instrução melhoraram o aprendizado das crianças. O grupo de controle teve uma média de 54 pontos, contra 68 do Alfa e Beto e 63 do IAS e GEEMPA.

A segunda, como se pode depreender dos dados acima, é que o método fônico desenvolvido pelo Instituto Alfa e Beto teve o melhor desempenho. A diferença de performance se deu em todos os níveis. 74,5% dos alunos deste método ficaram acima de um resultado de 40 pontos (o limite do nível "insatisfatório"), contra 68,7% do IAS e 68,2% do GEEMPA. Mais surpreendentemente, 43% obtiveram performance acima de 90 pontos ("muito bom"), comparado a 36% do IAS e 32% do GEEMPA.

Essa diferença de pontuação é particularmente surpreendente porque, apesar da natureza bem controlada e sofisticada do experimento, os três métodos não se desenvolveram em igualdade de condições: conforme o relatado no artigo de janeiro, há uma forte preferência por parte de professores, orientadores pedagógicos e diretores de escolas pelo método construtivista, e forte resistência ao método fônico.


É isso aí pessoal. Apesar de execrado pelos nossos pedagogos revolucionários, o método fônico deu um baile nos outros, e melhor, no outro. Notem que o construtivista, com todo o seu aparato político-pedagógico-muderrrno, ficou em último lugar.

Entretanto, para que mudar? Para que buscar o óbvio? Mas é claro que nós temos que continuar tentando as nossas malabarices educacionais: o que fará a legião de pedagogos, psicólogos e educadores, suas pesquisas e encontros, se a verdade vier à tona? Jogarão seus trabalhos e empregos no lixo? Não se pode desarticular a coisa assim, é uma óbvia questão econômica. E no mais, nossos alunos não podem melhorar, estar entre os melhores, estar na frente: assim reproduziríamos a lógica capitalista, não é?

E viva a nossa patetada progressista!!!

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