Certa vez escrevi aqui um post falando bastante mal do construtivismo. Fui então tachado, pelos nossos educadores liberais, de ridículo, reacionário - hummm, por que será? - e desinformado. O fato de que o glorioso Piaget tenha alterado os números de suas provas empíricas e a questão da utilização do método fônico pelos países que ocupam os primeiros lugares nas provas internacionais de educação sequer foram comentados. O que interessa, como diria Demerval Saviani - e é só isso o que ele sabe dizer - é que se você não não se utiliza dos métodos cabeça da universidade brasileira você estará reproduzindo, na educação, a lógica do sistema capitalista. É isso mesmo: transformaram a nossa educação em questão política.
Despolitizando a coisa e fornecendo novos dados aos fatos, vejamos o acontecimento narrado abaixo, sobre uma experiência feita no Rio Grande do Sul - retirado de um blog sobre educação:
O estado escolheu aleatoriamente 677 turmas de primeira série em 536 escolas, que receberiam quatro tipos de intervenção na sua metodologia de alfabetização: um grupo seria instruído através do método construtivista, a cargo do GEEMPA, outro pelo método fônico, do Instituto Alfa e Beto, o terceiro através da metodologia do Instituto Ayrton Senna e um quarto grupo serviria de controle, recebendo a instrução convencional do estado.
A primeira notícia relevante é de que os três métodos de instrução melhoraram o aprendizado das crianças. O grupo de controle teve uma média de 54 pontos, contra 68 do Alfa e Beto e 63 do IAS e GEEMPA.
A segunda, como se pode depreender dos dados acima, é que o método fônico desenvolvido pelo Instituto Alfa e Beto teve o melhor desempenho. A diferença de performance se deu em todos os níveis. 74,5% dos alunos deste método ficaram acima de um resultado de 40 pontos (o limite do nível "insatisfatório"), contra 68,7% do IAS e 68,2% do GEEMPA. Mais surpreendentemente, 43% obtiveram performance acima de 90 pontos ("muito bom"), comparado a 36% do IAS e 32% do GEEMPA.
Essa diferença de pontuação é particularmente surpreendente porque, apesar da natureza bem controlada e sofisticada do experimento, os três métodos não se desenvolveram em igualdade de condições: conforme o relatado no artigo de janeiro, há uma forte preferência por parte de professores, orientadores pedagógicos e diretores de escolas pelo método construtivista, e forte resistência ao método fônico.
É isso aí pessoal. Apesar de execrado pelos nossos pedagogos revolucionários, o método fônico deu um baile nos outros, e melhor, no outro. Notem que o construtivista, com todo o seu aparato político-pedagógico-muderrrno, ficou em último lugar.
Entretanto, para que mudar? Para que buscar o óbvio? Mas é claro que nós temos que continuar tentando as nossas malabarices educacionais: o que fará a legião de pedagogos, psicólogos e educadores, suas pesquisas e encontros, se a verdade vier à tona? Jogarão seus trabalhos e empregos no lixo? Não se pode desarticular a coisa assim, é uma óbvia questão econômica. E no mais, nossos alunos não podem melhorar, estar entre os melhores, estar na frente: assim reproduziríamos a lógica capitalista, não é?
E viva a nossa patetada progressista!!!
25.4.08
18.4.08
16.4.08
Paris, a cidade... pinto!
O fato - Eu não sei se alguém já percebeu tamanha obviedade. É provável que sim. Acontece que hoje eu, Fabiano Sdrongs a percebi, e quero, e tenho que compartilhar este achado que praticamente se compara a qualquer novo axioma da física quântica que venha a aparecer. Vamos lá: vocês perceberam o fato de que, para que uma cidade tenha um mínimo de importância, é imprescindível que ela possua um poderoso e funcional símbolo fálico, ou seja, um bom pinto?
As provas - Andem por qualquer lugar do mundo e perguntem a qualquer indivíduo, do japonês que dissipa seu transtorno obsessivo tirando fotos - ah, vocês não tinham percebido isso ainda? - ao indiano que lavou a cueca no Ganges e vocês terão, quase que invariavelmente, três nomes em comum: Paris, New York e Rio de Janeiro.
Agora então se perguntem: mas por que não São Paulo, Roma, ou Viena, por exemplo?
A resposta? É isso mesmo pessoas: três eficientíssimos paus estabelecem a diferença!!!
Vejamos Paris. Pensem, reconstruam mentalmente, com calma, a Torre Eiffel. Há órgão com aparência mais eficiente do que a Torre Eiffel? A base aberta, o tronco longo, a ponta cirúrgica: quase uma fecundação precoce. Junte a isso a narração das suas amigas sobre a emoção de ver a Torre: é batata. Ao ouvir narrações masculinas sobre as tais viagens à Europa é comum que apareçam: ah, o interior da Itália é incomparável! Ah, a Espanha! Oh, a Grécia! Já quando se trata de mulheres: a Torre Eiffel, Paris, a Torre Eiffel, Paris, a Torre Eiffel... e levantam os braços com a voz já afônica iniciando a peregrinação ao órgão.
Já a Estátua da Liberdade é um pouco diferente e por isso menos famosa: é baixinha e gordinha, o que faz com que agrade apenas alguns tipos de mulheres - o que, obviamente, explica a sua não unanimidade. Mas vejam uma coisa: lá na ponta, no final, algo chama a atenção. Notem a posição absolutamente ereta do braço: alguém segurando uma tocha levanta o braço daquele jeito? E o que é aquilo - uma chama ou espermatozóides em fuga? Hein? Hein?
O Rio de Janeiro, que é coisa nossa, quase que se resume ao Cristo. Ele faz parte do imaginário mundial. Até eu, quando cheguei ao Rio pela primeira vez, quase chorei ao ver aquela figura imponente e que nos persegue por onde quer que vamos. É o pai, literalmente. Lembro-me daquele filme do Woody Allen em que a mãe o persegue a todo mundo momento, espelhada no céu. Pois então: quem não está acostumado à imagem do Cristo, e quem está também!, sofre - ele é o Édipo, a castração perseguidora. Como o carioca tem que conviver com aquilo, faz logo todas merdas para mostrar quem é que manda. Para matar de vez o pai. Sim, é isso mesmo. Os problemas do Rio se resolverão tão logo se tire o Cristo de lá. Sem mais perseguições, sem mais figura masculina a superar, todo mundo poderá ser livre e ter menos enfrentamentos com o pai/ órgão sexual paterno posto em cima daquela pedra, o que significa, em miúdos, menos merdas. Enquanto isso não acontece, além das questões cariocas, o mundo inteiro quer ir até lá ver o pinto franco-brasileiro. Praticamente um Olivier Anquier pelado pronto para dar um mergulho na lagoa Rodrigo de Freitas.
Outras cidades tentam ou tentaram ter os seus long dongs: o Big Ben de Londres é um caso, a torre de Pisa em plena brochidão é outro, além de Brasília, que é o mais novo esforço nacional. Sim, Brasília! E o que é o Congresso Nacional senão um pinto com as bolas devidamente postadas? Uma, inclusive, em ascensão. E vocês sabem o que significam bolas em ascensão, não?
Pois é meus caros: para que a cidade seja devidamente respeitada é necessária a existência do símbolo mór do poder, da força, da autoridade. Pobre Campinas, com a sua torre do Castelo tão antiguinha. Mas vejam a UNICAMP: a UNICAMP tem o pinto do Zeferino - grandão e central.
Vocês sabem por que a UNICAMP é talvez a principal universidade do país?...
As provas - Andem por qualquer lugar do mundo e perguntem a qualquer indivíduo, do japonês que dissipa seu transtorno obsessivo tirando fotos - ah, vocês não tinham percebido isso ainda? - ao indiano que lavou a cueca no Ganges e vocês terão, quase que invariavelmente, três nomes em comum: Paris, New York e Rio de Janeiro.
Agora então se perguntem: mas por que não São Paulo, Roma, ou Viena, por exemplo?
A resposta? É isso mesmo pessoas: três eficientíssimos paus estabelecem a diferença!!!
Vejamos Paris. Pensem, reconstruam mentalmente, com calma, a Torre Eiffel. Há órgão com aparência mais eficiente do que a Torre Eiffel? A base aberta, o tronco longo, a ponta cirúrgica: quase uma fecundação precoce. Junte a isso a narração das suas amigas sobre a emoção de ver a Torre: é batata. Ao ouvir narrações masculinas sobre as tais viagens à Europa é comum que apareçam: ah, o interior da Itália é incomparável! Ah, a Espanha! Oh, a Grécia! Já quando se trata de mulheres: a Torre Eiffel, Paris, a Torre Eiffel, Paris, a Torre Eiffel... e levantam os braços com a voz já afônica iniciando a peregrinação ao órgão.
Já a Estátua da Liberdade é um pouco diferente e por isso menos famosa: é baixinha e gordinha, o que faz com que agrade apenas alguns tipos de mulheres - o que, obviamente, explica a sua não unanimidade. Mas vejam uma coisa: lá na ponta, no final, algo chama a atenção. Notem a posição absolutamente ereta do braço: alguém segurando uma tocha levanta o braço daquele jeito? E o que é aquilo - uma chama ou espermatozóides em fuga? Hein? Hein?
O Rio de Janeiro, que é coisa nossa, quase que se resume ao Cristo. Ele faz parte do imaginário mundial. Até eu, quando cheguei ao Rio pela primeira vez, quase chorei ao ver aquela figura imponente e que nos persegue por onde quer que vamos. É o pai, literalmente. Lembro-me daquele filme do Woody Allen em que a mãe o persegue a todo mundo momento, espelhada no céu. Pois então: quem não está acostumado à imagem do Cristo, e quem está também!, sofre - ele é o Édipo, a castração perseguidora. Como o carioca tem que conviver com aquilo, faz logo todas merdas para mostrar quem é que manda. Para matar de vez o pai. Sim, é isso mesmo. Os problemas do Rio se resolverão tão logo se tire o Cristo de lá. Sem mais perseguições, sem mais figura masculina a superar, todo mundo poderá ser livre e ter menos enfrentamentos com o pai/ órgão sexual paterno posto em cima daquela pedra, o que significa, em miúdos, menos merdas. Enquanto isso não acontece, além das questões cariocas, o mundo inteiro quer ir até lá ver o pinto franco-brasileiro. Praticamente um Olivier Anquier pelado pronto para dar um mergulho na lagoa Rodrigo de Freitas.
Outras cidades tentam ou tentaram ter os seus long dongs: o Big Ben de Londres é um caso, a torre de Pisa em plena brochidão é outro, além de Brasília, que é o mais novo esforço nacional. Sim, Brasília! E o que é o Congresso Nacional senão um pinto com as bolas devidamente postadas? Uma, inclusive, em ascensão. E vocês sabem o que significam bolas em ascensão, não?
Pois é meus caros: para que a cidade seja devidamente respeitada é necessária a existência do símbolo mór do poder, da força, da autoridade. Pobre Campinas, com a sua torre do Castelo tão antiguinha. Mas vejam a UNICAMP: a UNICAMP tem o pinto do Zeferino - grandão e central.
Vocês sabem por que a UNICAMP é talvez a principal universidade do país?...
14.4.08
Psicanálise e neurociência
Da Folha de hoje:
As decisões atribuídas ao livre arbítrio humano podem ser formadas inconscientemente vários segundos antes de o cérebro tomar consciência delas. Essa é a conclusão defendida por um estudo publicado ontem pela revista "Nature Neuroscience". O trabalho se baseou em um experimento no qual voluntários tiveram seus cérebros monitorados por ressonância magnética.
No teste, elaborado por cientistas do Instituto Max Planck para Cognição Humana e Ciências Cerebrais, de Leipzig (Alemanha), pessoas tinham de decidir livremente por apertar um de dois botões em um controle. Ao mesmo tempo ficavam olhando uma seqüência de letras projetada numa tela, que não deveria influir na decisão. Os voluntários tinham apenas de dizer que letra estavam observando quando finalmente decidiam qual botão apertar.
Comparando o momento em que as pessoas se diziam conscientes de suas decisões com padrões de atividade cerebral registrados no aparelho de ressonância magnética, os cientistas tiraram sua conclusão.
"Descobrimos que o resultado de uma decisão pode ser codificado como atividade cerebral nos córtices pré-frontal e parietal [regiões na superfície do cérebro] até dez segundos antes de entrarem na consciência", escrevem os autores do estudo, liderado por John-Dylan Haynes. "A impressão de que podemos escolher livremente entre duas possíveis linhas de ação é essencial para nossa vida mental. Contudo, é possível que essa experiência subjetiva de liberdade não seja mais do que uma ilusão e nossas ações sejam iniciadas por processos mentais inconscientes bem antes de tomarmos consciência de nossa intenção de agir."
About me
É umas das coisas que eu quero fazer no doutorado. Ou isso - psicanálise e neurociência - ou entender até que ponto o freudismo é um niilismo. Vamos ver o que virá...
As decisões atribuídas ao livre arbítrio humano podem ser formadas inconscientemente vários segundos antes de o cérebro tomar consciência delas. Essa é a conclusão defendida por um estudo publicado ontem pela revista "Nature Neuroscience". O trabalho se baseou em um experimento no qual voluntários tiveram seus cérebros monitorados por ressonância magnética.
No teste, elaborado por cientistas do Instituto Max Planck para Cognição Humana e Ciências Cerebrais, de Leipzig (Alemanha), pessoas tinham de decidir livremente por apertar um de dois botões em um controle. Ao mesmo tempo ficavam olhando uma seqüência de letras projetada numa tela, que não deveria influir na decisão. Os voluntários tinham apenas de dizer que letra estavam observando quando finalmente decidiam qual botão apertar.
Comparando o momento em que as pessoas se diziam conscientes de suas decisões com padrões de atividade cerebral registrados no aparelho de ressonância magnética, os cientistas tiraram sua conclusão.
"Descobrimos que o resultado de uma decisão pode ser codificado como atividade cerebral nos córtices pré-frontal e parietal [regiões na superfície do cérebro] até dez segundos antes de entrarem na consciência", escrevem os autores do estudo, liderado por John-Dylan Haynes. "A impressão de que podemos escolher livremente entre duas possíveis linhas de ação é essencial para nossa vida mental. Contudo, é possível que essa experiência subjetiva de liberdade não seja mais do que uma ilusão e nossas ações sejam iniciadas por processos mentais inconscientes bem antes de tomarmos consciência de nossa intenção de agir."
About me
É umas das coisas que eu quero fazer no doutorado. Ou isso - psicanálise e neurociência - ou entender até que ponto o freudismo é um niilismo. Vamos ver o que virá...
5.4.08
Eles são uma graça...
Do blog do Reinaldo:
Os jornalistas Ziraldo e Jaguar foram contemplados ontem com mais de R$ 1 milhão em indenizações pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, pelos alegados prejuízos que sofreram com a perseguição política durante o regime militar. O julgamento dos processos foi realizado na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio, juntamente com os de outros 18 jornalistas. "Aos que estão criticando, falando em bolsa-ditadura, estou me lixando. Esses críticos não tiveram a coragem de botar o dedo na ferida, enquanto eu não deixei de fazer minhas charges. Enquanto nós criticávamos o governo militar, eles tomavam cafezinho com Golbery", afirmou Ziraldo.
Entre os beneficiados também estava o jornalista Ricardo de Moraes Monteiro, chefe da assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda, que receberá R$ 590 mil. Preso e torturado durante a ditadura, Monteiro alegou ter perdido o vínculo com a empresa onde atuava como jornalista por causa da perseguição política. "Sou de família comunista, meu pai foi preso em 1974. Meu irmão foi preso comigo em 1975 e depois se suicidou. Essa dor não vai ser reparada. Orgulho-me do que fiz. Quero homenagear os jornalistas que lutaram contra a ditadura", afirmou.
Já Ziraldo, escritor e chargista de sucesso, e o cartunista Jaguar, trabalhavam no Pasquim quando o semanário sofreu forte repressão por ser considerado ofensivo pela ditadura. Os dois receberão pensão mensal de cerca de R$ 4 mil. Jaguar e Ziraldo receberão ainda R$ 1.000.253,24. O montante, que será pago em parcelas, é retroativo a 1990, antes da criação da Comissão de Anistia, em 2001, porque os jornalistas já haviam feito o pedido, por meio da ABI, ao Ministério do Trabalho em 1990.
Voltei
Vergonha não se dá, não se empresta. Ou se tem ou não se tem. Quando o público queria saber do Pasquim, o jornal de que Ziraldo e Jaguar, na prática, eram donos, eles ficaram ricos. Mesmo combatendo a ditadura. Alguns da turma, confessadamente, “beberam” todo a grana. Outros, como Ziraldo, souberam guardar e estão montados na bufunfa até hoje. Mais do que isso: a quem soube administrar a carreira, a ditadura, objetivamente, fez mais bem do que mal. De novo, é o caso de Ziraldo. Mesmo algumas de suas notórias tolices sempre foram embaladas por sua fama de “homem que resistiu à ditadura”.
Quem expulsou Ziraldo do jornalismo não foi a ditadura, não. Foi o seu humor datado, o seu apego à cultura “da broa de milho”. No governo Sarney, foi presidente da Funarte. A idéia mais original que teve foi apoiar bandinhas de música do interior. Tentou recriar o Pasquim, mas sua graça, pautada pelo caipirismo do antigo Partidão e do brizolismo, já tinha sido superada pela turma do Casseta & Planeta, por exemplo. Afinal, os "novos" haviam percebido que também a esquerda era caricata.
Mais tarde, com uma sutileza, digamos, muito particular, Ziraldo criou a revista Bundas. É a chamada piada com a bunda, literalmente, de fora: queria ser, assim, uma crítica mordaz à sociedade de Caras. De novo, não foi socorrido pelos leitores. Mas continuou a escrever livros para crianças. Deve ser uma dos autores que mais recebem direitos autorais no país ainda hoje. Jaguar, também beneficiado, ficou menos em evidência. Mas, confessadamente, nunca deixou que o trabalho interferisse na sua disposição para se divertir.
Por que estes senhores estão sendo indenizados? Porque a tal Comissão se transformou num grupo de fidalgos para atender aos interesses de uma patota. Vejam lá o caso de outro agraciado, Ricardo de Moraes Monteiro, chefe da assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda. Levou R$ 590 mil: “Sou de família comunista, meu pai foi preso em 1974. Meu irmão foi preso comigo em 1975 e depois se suicidou. Essa dor não vai ser reparada. Orgulho-me do que fiz. Quero homenagear os jornalistas que lutaram contra a ditadura". Viram só? Ele tem a convicção, mas nós pagamos a conta. Quer homenagear os jornalistas, é? Então doe o dinheiro para alguma instituição que cuide de crianças pobres.
Esse troço é acintoso. Morreram, durante a ditadura, incluindo aqueles que recorreram às armas, 424 pessoas. Fidel Castro, ídolo da maioria, já fiz a conta, foi 2.600 vezes mais assassino, se considerarmos os mortos por 100 mil. O certo seria não ter morrido ninguém. Mas acreditem: já foram beneficiados por indenizações ou pensões mais de 12 mil pessoas. Ainda há 30 mil solicitações para análise. Virou uma indústria.
O país gasta, em pensões, com o bolsa-ditadura — em alguns casos, bolsa-terrorismo — R$ 28 milhões por mês (incluindo os quase R$ 5 mil que, acintosamente, recebe o Apedeuta). Em indenizações, já foram torrados uns R$ 3 bilhões.
Ontem, vocês viram, houve a passeata da mamata, com a presença de Tarso Genro. Boa parte dos que defendiam uma ditadura comunista no Brasil, derrotada, resolveu assaltar os cofres públicos. Parece que só mudaram de método, não de disposição. Aquela turma chegou ao poder. Nao assassina mais pessoas, mas reputações. Com dossiês. Embora, claro, sejam todos eles cheios de uma particular moralidade.
Essa gente é um nojo!
Os jornalistas Ziraldo e Jaguar foram contemplados ontem com mais de R$ 1 milhão em indenizações pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, pelos alegados prejuízos que sofreram com a perseguição política durante o regime militar. O julgamento dos processos foi realizado na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio, juntamente com os de outros 18 jornalistas. "Aos que estão criticando, falando em bolsa-ditadura, estou me lixando. Esses críticos não tiveram a coragem de botar o dedo na ferida, enquanto eu não deixei de fazer minhas charges. Enquanto nós criticávamos o governo militar, eles tomavam cafezinho com Golbery", afirmou Ziraldo.
Entre os beneficiados também estava o jornalista Ricardo de Moraes Monteiro, chefe da assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda, que receberá R$ 590 mil. Preso e torturado durante a ditadura, Monteiro alegou ter perdido o vínculo com a empresa onde atuava como jornalista por causa da perseguição política. "Sou de família comunista, meu pai foi preso em 1974. Meu irmão foi preso comigo em 1975 e depois se suicidou. Essa dor não vai ser reparada. Orgulho-me do que fiz. Quero homenagear os jornalistas que lutaram contra a ditadura", afirmou.
Já Ziraldo, escritor e chargista de sucesso, e o cartunista Jaguar, trabalhavam no Pasquim quando o semanário sofreu forte repressão por ser considerado ofensivo pela ditadura. Os dois receberão pensão mensal de cerca de R$ 4 mil. Jaguar e Ziraldo receberão ainda R$ 1.000.253,24. O montante, que será pago em parcelas, é retroativo a 1990, antes da criação da Comissão de Anistia, em 2001, porque os jornalistas já haviam feito o pedido, por meio da ABI, ao Ministério do Trabalho em 1990.
Voltei
Vergonha não se dá, não se empresta. Ou se tem ou não se tem. Quando o público queria saber do Pasquim, o jornal de que Ziraldo e Jaguar, na prática, eram donos, eles ficaram ricos. Mesmo combatendo a ditadura. Alguns da turma, confessadamente, “beberam” todo a grana. Outros, como Ziraldo, souberam guardar e estão montados na bufunfa até hoje. Mais do que isso: a quem soube administrar a carreira, a ditadura, objetivamente, fez mais bem do que mal. De novo, é o caso de Ziraldo. Mesmo algumas de suas notórias tolices sempre foram embaladas por sua fama de “homem que resistiu à ditadura”.
Quem expulsou Ziraldo do jornalismo não foi a ditadura, não. Foi o seu humor datado, o seu apego à cultura “da broa de milho”. No governo Sarney, foi presidente da Funarte. A idéia mais original que teve foi apoiar bandinhas de música do interior. Tentou recriar o Pasquim, mas sua graça, pautada pelo caipirismo do antigo Partidão e do brizolismo, já tinha sido superada pela turma do Casseta & Planeta, por exemplo. Afinal, os "novos" haviam percebido que também a esquerda era caricata.
Mais tarde, com uma sutileza, digamos, muito particular, Ziraldo criou a revista Bundas. É a chamada piada com a bunda, literalmente, de fora: queria ser, assim, uma crítica mordaz à sociedade de Caras. De novo, não foi socorrido pelos leitores. Mas continuou a escrever livros para crianças. Deve ser uma dos autores que mais recebem direitos autorais no país ainda hoje. Jaguar, também beneficiado, ficou menos em evidência. Mas, confessadamente, nunca deixou que o trabalho interferisse na sua disposição para se divertir.
Por que estes senhores estão sendo indenizados? Porque a tal Comissão se transformou num grupo de fidalgos para atender aos interesses de uma patota. Vejam lá o caso de outro agraciado, Ricardo de Moraes Monteiro, chefe da assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda. Levou R$ 590 mil: “Sou de família comunista, meu pai foi preso em 1974. Meu irmão foi preso comigo em 1975 e depois se suicidou. Essa dor não vai ser reparada. Orgulho-me do que fiz. Quero homenagear os jornalistas que lutaram contra a ditadura". Viram só? Ele tem a convicção, mas nós pagamos a conta. Quer homenagear os jornalistas, é? Então doe o dinheiro para alguma instituição que cuide de crianças pobres.
Esse troço é acintoso. Morreram, durante a ditadura, incluindo aqueles que recorreram às armas, 424 pessoas. Fidel Castro, ídolo da maioria, já fiz a conta, foi 2.600 vezes mais assassino, se considerarmos os mortos por 100 mil. O certo seria não ter morrido ninguém. Mas acreditem: já foram beneficiados por indenizações ou pensões mais de 12 mil pessoas. Ainda há 30 mil solicitações para análise. Virou uma indústria.
O país gasta, em pensões, com o bolsa-ditadura — em alguns casos, bolsa-terrorismo — R$ 28 milhões por mês (incluindo os quase R$ 5 mil que, acintosamente, recebe o Apedeuta). Em indenizações, já foram torrados uns R$ 3 bilhões.
Ontem, vocês viram, houve a passeata da mamata, com a presença de Tarso Genro. Boa parte dos que defendiam uma ditadura comunista no Brasil, derrotada, resolveu assaltar os cofres públicos. Parece que só mudaram de método, não de disposição. Aquela turma chegou ao poder. Nao assassina mais pessoas, mas reputações. Com dossiês. Embora, claro, sejam todos eles cheios de uma particular moralidade.
Essa gente é um nojo!
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