23.2.08

Foi sem ter ido

Fidel Castro, apesar do que pregam Chico Buarque, Luís F. Veríssimo e toda a massa vermelha, não passou de um assassino.

É só conferir os dados. Estima-se que cerca de 19.000 pessoas tenham sido executadas pelo regime desde a sua falsesca instituição. Querem tornar os números mais assim, como diremos, nacionalizados, para entender melhor a coisa? Uma regra de três e: se tomássemos a população brasileira atual como parâmetro, assim como também a cubana, teríamos então 310.000 assassinatos acaso o regime tivesse aportado em terras verde-amarelas.

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A nossa terrível ditadura, que tantos males ainda causam ao país - considerando também os seriados de TV -, deixou no máximo 430 mortes, o que já é um absurdo. E se fossem 310K?

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Sabemos que Fidel deu o golpe no golpe. Teve apoio popular para derrubar a ditadura de direita e, tão logo chegou ao poder, anunciou a sua, de esquerda. Numa comparação bizarra: alguém que venda um fogão e entregue outro é chamado de quê?

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Um grande amigo me perguntou desde quando eu havia me tornado tucano. Respondi que eu não sou tucano, e que na verdade eu gosto é de lógica, e que sei que não há lado bom ou mal na história. Natureza humana é natureza humana, e ponto. Acontece é que a chamada esquerda exagera na dose non-sense. Ela não beira o ridículo: ela o ultrapassa, e com sobras. Leiam este texto do Mino Carta, editorial da Carta Capital desta semana:

E que a chamada esquerda exagera um pouco. Vivemos em outro mundo, conquanto tenha decorrido apenas meio século. E Fidel abandona oficialmente seu posto de ditador vitalício antes que a vida acabe. Nos bastidores será ainda a voz mais alta. De Hitler a Stalin, de Mussolini a Mao, de Franco a Fidel, todos eles, e outros mais, poderiam dizer “o Estado sou eu”. Como Luís XIV. Mesmo ditaduras nascidas de revoluções populares e orientadas à esquerda tornam-se de certa forma de direita, pela economia dirigida pela burocracia estatal e a repressão feroz das idéias e dos espíritos contrários.

A ditadura verde-amarela, invocada em bloco pelos senhores da mídia nativa, os mesmos que já a chamaram de revolução e hoje falam impunemente, tartufescamente, de “anos de chumbo”, nasceu à direita e ali ficou, sem renunciar a qualquer uma das armas usadas pelas demais. Foi, de todo modo, medíocre nos conteúdos e daninha nos resultados, ao contrário de Fidel, personagem histórica imponente, uma das maiores do século passado.


Em dois parágrafos o homem disse o seguinte: que ditaduras de esquerda são, na verdade, no que diz respeito às suas coisas ruins, ditaduras de direita. Entenderam? Não é maravilhoso? O primeiro princípio da lógica, o da não contradição, aquele que diz que A = A, já está portanto desrespeitado. Parece papo de maluco. Mas não ligue ainda!!!

A seguir ele diz que a ditadura de direita brasileira foi péssima, rdícula, mas que aquela que Fidel instituiu - a que é de esquerda mas é de direita - deixará profundas marcas na história. Alguém entendeu alguma coisa? Ah, aqui ele disse que A # A e B # B.

O segundo parágrafo só se salva acaso ele queira falar sobre as marcas de destruição castristas, cujo aos pés sequer chegaram a nossa bondosa ditadurinha. Não, acho que não.

Bem, enfim: passei a semana tentando mostrar aos meus aluninhos que ditadura é ditadura, mas como eles têm uma aula de filosofia na semana e 8 de história e geografia, a coisa fica difícil. Os mais, vamos dizer assim, matemáticos, pescaram na hora. Os outros ficaram com a pulga atrás da orelha.

Quem poderá nos salvar???!!!

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