28.7.07

Madrugada-manhã de quinta, 26/07/07

E vamos a mais um dos sonhos dantescos que infalivelmente me assolam. Apesar de ter acordado tenso e cansado, poucos minutos se seguiram da lembrança do chamado conteúdo manisfesto do sonho ao entedimento de seu contéudo latente. Na verdade o processo para o reconhecimento das significações se pareceu mais com uma redução fenomenológica do que com uma análise propriamente dita. O resultado me deixou chocado pela explicitude do tema e de seus adendos. Vamos à peça:

Acordo pela manhã com um barulho ensurdecedor. Olho pela janela de um prédio que está na Av. Orosimbo Maia: um F-16 cruza o céu. Fico maravilhado com a cena, até que ele despeja bombas sobre algum lugar perto da rodoviária. Aqui acontece o primeiro corte.

Estou já na rua onde pessoas correm pra lá e pra cá. Sei que o João está em um lugar seguro. Quando consigo avistar toda a Glicério, há um Harrier metralhando um prédio, andar por andar. Pergunto a alguém que corre sobre o que está acontecendo e ela me informa da guerra. Contra quem? O Peru. Os aviões brasileiros ainda estão em Aparecida. Fico puto e me pergunto: mas como os aviões peruanos chegaram antes que os brasileiros? Desde quando Peru tem dinheiro pra comprar F-16 e Harrier? Segundo corte.

A situação é deseperadora. Bombardeiros e caças não param de cruzar o espaço. Alguém surge com armas para uma tentativa de abate pelo chão. Pequenas bombas começam a cair presas a pára-quedas amarelos. Corte três.

Estou ao lado de uma enorme catedral gótica e prestes a entrar em um túnel. Parte da lateral da catedral desaba quase sobre mim (ela parece ser feita de areia). Faço parte de um grupo agora. As bombas em pára-quedas conseguem entrar no túnel. Todos nós corremos. Corte quatro.

Entre nós há três peruanos disfarçados que em dado momento tentam nos matar. Não conseguem. Dominamos os rapazes, deixando-os presos em algum lugar. A situação melhora. Aviões brasileiros começam a chegar. Subo em um carro de som e saio andando pelo centro que não é mais o centro de Campinas: Rio ou Salvador. Pessoas mortas pelo chão, igrejas destruídas até a volta à Orosimbo Maia. Corte cinco.

Como é que tudo isso será recuperado? E os infiltrados? E os mortos? Os aviões lançam bombas que logo se transformam em minúsculos raios. Primeiramente negros, organizados, logicamente dispostos. Em um segundo momento se transformam em algo amarelado e começam a trazer vida a tudo e a todos, apagando a destruição e os destruidores. Minha mente é rapidamente invadida por "... sic itur ad astra". Alguma coisa a mais acontece, mas não me recordo. Fim do sonho.


Na minha descontrução algumas coisas ficaram muito óbvias. Por que a guerra começou na Orosimbo Maia? Por que F-16 e Harrier? Por que o Peru? Por que Aparecida? Quem eram os três rapazes? Igrejas destruídas? Rio ou Salvador? Fim da guerra pelo restabelecimento completo do anterior? Ad astra. Todas estas questões têm respostas.

Algumas ficaram em aberto, claro. Mas o essencial está aí, esclarecido.

Os acontecimentos dos últimos dois dias (quarta e quinta) me troxeram este sonho ao me colocarem em outro, provavelmente de curta duração, mas sonho.

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