18.5.07

But the sun is eclipsed by the moon...

Palavras sobre vida e morte. Palavras sobre imanência, transcendência, passado e aquilo que virá.

Vida 1 - Semana passada foi aniversário da minha avó. Aniversário da Dona Hilda. Ou como eu costumava chamá-la até pouco tempo atrás: vó Uda. Se pudesse classificá-la em alguma nosologia, diria que ela é a hiperativa mais tranqüila que eu já vi na vida. Do alto dos seus 78 anos não pára um segundo: acorda às 6h para a ginástica, às 8h já está indo para o centro onde trabalha de voluntária na farmácia da igreja, e volta somente às 16h pra casa, quando então faz as “suas” coisas. Some de vez em quando, deixa todo mundo louco (uma tia chorando aqui, a outra ligando pros hospitais), até que chega a já sabida ligação : - Olha, eu estou aqui em Curitiba viu, liguei pra vocês não se preocuparem. Curitiba, São Paulo, Florianópolis – ela simplesmente vai sem falar pra ninguém. No ano passado fez uma cirurgia em São Paulo, sumiu por três dias, e depois ligou pra dizer que “tinha dado tudo certo”. Lida com a vida de forma invejável: sempre sem estresse, sempre no pra tudo dá-se um jeito. Bem, pra quem criou cinco filhos sozinha e ainda manteve a sanidade, acho bom que comecemos a acreditar nesta história. Vó Uda, com todo meu amor, um feliz aniversário, ainda que atrasado.

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Vida 2 – Minha irmã, minha linda irmãzinha está grávida. E a família toda com os sorrisos encostando nas orelhas. Minha mãe não cabe em si e eu, eu mesmo, serei “tio”. Viva, viva, viva!!! O João também não se controla pelo fato de que terá um primo. Semana de comemoração e início da contagem regressiva. Em Janeiro mais um membro da família pra correr pela casa. Mais Papai Noel, mais recomeço. Beijo mana e Gary, e parabéns!


Perda – No Domingo, dia das mães, uma aluna minha, a Gabi, faleceu. Tinha problemas cardíacos, precisava de um transplante e não o conseguiu a tempo. A classe triste (segundo colegial), a escola triste, os professores abalados. Gabi fazia brigadeiros para o seu próprio aniversário quando começou a sentir-se mal. Não voltou mais pra casa, não voltará mais pras aulas. Existe toda uma estranheza, toda uma névoa que envolve a questão da morte. Mas o que me entristece, o que me preocupa, é aquilo que não foi vivido. É a pletora de experiências de que alguém com 16 anos é privado. Terá a Gabi amado? Terá a Gabi começado a compreender alguns dilemas pelos quais temos que passar? Terá a Gabi sentido e compreendido a felicidade de ter estar com amigos, ou ficado melancólica com as questões que não temos condição de responder? Talvez alguém o saiba.
Fique em paz menina...

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