Tenho que terminar de contar as coisas de ontem, então...
Fui ao supermercado e comprei três grandes barras de chocolate e três garrafas de H2OH.
Suprimento antidepressivo. Como não posso beber (por enquanto) enfio o pé na jaca tomando H2OH. É o limite do subversivo com que Fabiano pode lidar atualmente: ficar doidão com água. Já o chocolate tem a ver com Maracangalha. Viu só como água deixa locão?
O dia de hoje começou chato. Andei de um lado para o outro pensando que não havia tido ainda uma percepção fantástica sequer, daquelas que a gente acha que vai salvar o mundo ou escrever um grande poema com ela.
Mal sabia eu, mas estava tudo reservado para a noite.
Meu irmão me convidou para o lançamento de um livro na escola dele. Chegando lá, além do lançamento, havia um sarau.
Muito bom de tão ruim que era a maioria do povo que se apresentou. Na verdade, estava mais pra show de calouros.
Melhor que qualquer sarau que eu já havia ido, já que sarau é a coisa mais chata do mundo. Aliás, não sei por que sarau existe. Aliás, sei sim: o sarau é uma reunião de narcisistas sadomasoquistas que querem foder consigo e com os outros através da arte. Arte que também, diga-se de passagem, é algo chato logo que se transforma em arte (um poema é legal enquanto poema - quando vira arte fica uma merda, como os poemas de um sarau).
Bem, o que interessa nesta história é que a Jany, a Carla e o Carlão estavam lá.
O que interessa é que a cavalaria estava montada para me colocar no colo. E conseguiram.
Ninguém tocou no assunto até que eu resolvesse falar, mas depois...
Muita força, muito aconchego, muito de tudo que pudesse me deixar pra cima.
Eu e a Carla comemos muito queijo, muitos canapés, tomamos muito ponche, conversamos muito, rimos muito.
A Jany, como sempre, extrapolou muito: jogou um frasco de essência na minha cabeça e disse que era pra me limpar das coisas ruins.
O Carlão se limitou a rir muito.
Já eu, fiquei muito feliz.
Legal também que, não sei como, a molecada já estava em polvorosa com o novo professor de Filosofia. Gente tentando se enturmar, me chamando pelo nome, eu hein!!??
Bom, enfim: redescobri o quanto gosto dos meus amigos, e o quanto eles gostam de mim. Foi confortável, reconfortante, revigorante. Isto pode não salvar o mundo, mas me salvou por hoje, e pode ser que dê poema.
Sentando aqui ainda me deparei com um e-mail dinamarquês: a cavalaria estrangeira, talvez a mais importante, também está a postos. Estou me sentindo abraçado hoje. Muito bem, obrigado.
Agora só me falta a Nália.
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