18.12.11

Homeward Bound


Essa moça bonita aí em cima é a minha melhor amiga. Ela mora há mais de vinte anos no meu coração. Sabemos tudo um sobre o outro. Ela foi a primeira pessoa pra quem eu contei que havia me apaixonado pela primeira vez. Ela foi a primeira pessoa pra quem eu contei que iria ser pai; é a madrinha do meu filho. Quando éramos adolescentes passamos tardes e tardes e noites e noites juntos papeando, na calçada, em seu quarto, ouvindo música ou não. Pisamos pela primeira vez na Unicamp grudados, e grudados nos perdemos. [:)] Quantas coisas descobrimos quase que ligados um ao outro!

Há dez anos minha amiga foi viver seu sonho na Dinamarca: chegou, mostrou quem era, venceu. Mas agora ela precisa voltar - e ela vai voltar: no dia 11 de fevereiro estará com Mads, seu príncipe, Sofia e Martin, aqui - pertinho de novo.

Essa foto foi tirada no Rio, há cerca de dois meses e meio, quando ela veio pra cá com seus alunos e fui visitá-la. Como me esquecer do momento em tiramos os sapatos, pisamos as areias da praia e papeamos por quase uma hora sobre nossas vidas e nossos sonhos, de frente pro mar, naquele momento tão insólito que pra mim eternamente (e pra ela também) parecerá algo do universo onírico?

Mas esse post é porque me lembrei de algo bastante específico. Estávamos em 1991 ou 1992 (como saber exatamente?) e Crisinha me apareceu toda empolgada com um disco do Paul Simon: Conhece Paul Simon, Fabi? O disco (LP), posso estar muito enganado, mas era The Rythm of the Saints. Você tem que ouvir, Fabi - você tem que ouvir isso! E eu fui em uma tarde para a casa da Cris ouvir o disco, principalmente Obvious Child, que havia sido feita com o Olodum e tudo o mais. Aquela coisa nova, que há muito chamam de world music, deixou-me encantado: Caramba Crisinha, que legal isso! Que mistureba! Folk com esse toque baiano, e mais esses ritmos e vocais africanos: uau! E entre os fritopans e os sucos de caju de tia Marilda, ficamos lá ouvindo The Rythm of the Saints e todas as suas novidades.

 


Entretanto, lembro-me de ter levado uma fitinha cassete com o meu Paul Simon, com as coisas antigas que conhecia e que em parte haviam chego até mim por conta do meu pai, parte por minha curiosidade que nunca cessava (e ainda não cessa). E ouvimos a fita também, até certo ponto melancólica, mas com sua beleza própria, de coisas que talvez não entendêssemos muito bem pois não havíamos vivido o suficiente. A recordação da fitinha e do fato todo surgiu por conta de uma canção: Homeward Bound. Eu semprei gostei tanto dessa canção! E me lembro de minha amiga quase ter chorado ao ouvi-la.

Pois é, Crisinha: por quanto tempo você quis voltar? E agora o momento chegou. Estou muito feliz aqui por poder novamente compartilhar as coisas mais de perto. De não dependermos mais de nossas intuições absurdas quandos as coisas nos acontecem. Por poder segurar na sua e mão e na dos seus filhos e pensar: Caramba, como essa vida pode ser indescritível!

Você já está a caminho de casa... Seja bem-vinda, amiga... 











Um comentário:

Lieda Gomes disse...

Existem pessoas no mundo que são tão especiais que nossas relações parecem mesmo, se é que isso existe, cármicas. Uma bobagem essa gente que diz ser impossível amizade entre homem e mulher. Também tenho uma metade de mim que sabe mais de mim do que eu mesma e nos entendemos apenas com o olhar, e às vezes nem isso é preciso. Sete bilhões de pessoas no mundo e apenas uma só faz todo o mundo valer a pena!