Quais sinais devem ser seguidos?
Há um descompasso entre o meu corpo e o meu cérebro, reestabelecendo um cartesianismo que já deveria ser arcaico.
De um lado a dor, e do outro tudo o que é possível.
Engolir o mundo só não me é possível por conta do meu corpo falho.
Og ég fæ blóðnasir
En ég stend alltaf upp
Até quando?
Sim, estou com medo.
Pode ser nada, mas quero que isto seja afirmado, repetido, comprovado. Até então...
Sexta faço trinta e dois anos. Ando ultimamente no mundo dos sonhos.
Retorno aos 6 e misturo imagens esmaecidas com pensamento complexo.
Descompasso novamente.
Repensar o mundo atravessando as sensações com lógica formal.
Minha mãe me deixa na escola pela primeira vez. Entra no Fusca naquele dia chuvoso e some. Quem é S e quem é P? Munch aristotelizado.
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A seda azul do papel que envolve a maçã: sempre senti o cheiro deste verso.
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Pouquíssimas letras de música são poemas verdadeiros. A maioria não passa de um bando de orações fracas potencializadas pela melodia. Tenho asco de quem não percebe isto. Comparar Chico Buarque com João Cabral é uma infâmia. Chega a doer. Dói tanto quanto a dor de quem não entende a música cabralina. Esta é dadaísmo pessoal. É música satinesca.
A minha é Gubaidulina. Foi tirada de Gubaidulina e de Schnittke. É provável que jamais seja algo, mas é uma tentativa com sinceros tons formais. E friso isto: uma tentativa ingênua, purificada, longe da bobagem musical hermaniana. Aliás, sempre ligo este pessoal à crítica ao jazz que é claramente de Adorno na Dialética do Esclarecimento: muito claro que há objetivos secundários. Muito claro que a estética se dissocia de si e se torna mentira. Cada movimento interessante é criado para ser interessante, e não para ser movimento. E assim se desenvolve a nova salvação da música brasileira, que não passa de pop bem feito com todos o elementos imagéticos da salvação: cristos no backstage.
E viva a dipirona.
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